A proibição do TikTok nos Estados Unidos está se aproximando. O prazo dado pelo Congresso americano para que a rede social chinesa fosse vendida é 19 de janeiro. Mas há muita incerteza sobre o que realmente acontecerá com o aplicativo a partir de domingo.
Os usuários poderão acessar o TikTok?
Há uma grande possibilidade de que o TikTok seja encerrado completamente nos Estados Unidos. Durante uma audiência na Suprema Corte na semana passada, um advogado do TikTok disse que o aplicativo “ficará no escuro” se o tribunal não pausar o bloqueio aprovado pelo Congresso.
Na quarta-feira (15), a Reuters relatou que o TikTok está se preparando para encerrar seu aplicativo no domingo: qualquer pessoa que tentar fazer login no aplicativo será direcionada para uma mensagem alertando-os sobre o banimento e solicitando que baixem seus dados se desejarem. Usuários na Índia, que baniram o TikTok em 2020, são recebidos com uma mensagem semelhante.
Um bloqueio total quer dizer que lojas de aplicativos e provedores de serviços terceirizados estão impedidos de hospedar o aplicativo e seus dados relacionados. Isso significa que novos usuários serão impedidos de baixar o aplicativo a partir de domingo. Aqueles que já têm o TikTok em seus telefones, no entanto, ainda podem ter acesso ao aplicativo e não correriam o risco de nenhuma penalidade legal por fazer login.
Mas o TikTok não será mais capaz de atualizar o software, tornando-o mais lento e com bugs ao longo do tempo. A segurança do aplicativo também enfraquecerá, tornando os usuários mais suscetíveis a hackers. Nesse cenário, o TikTok pode ter uma morte lenta, à medida que sua tecnologia se degrada e seu tecido social enfraquece com os usuários partindo para outras plataformas.
Usar uma VPN é uma opção?
Muitos usuários do TikTok podem tentar usar uma VPN (rede privada virtual). As VPNs criptografam dados de localização, permitindo que os usuários façam parecer que estão em outro lugar do mundo. Depois que o X (antigo Twitter) foi banido no Brasil, a demanda por VPNs disparou, apesar do governo ameaçar os usuários com uma multa de US$ 9.000 por dia por usar tais soluções alternativas.
Assim, VPNs permitem que os usuários acessassem o TikTok legalmente. Mas é provável que a experiência não será a mesma para esses usuários, especialmente porque os arquivos do TikTok não poderão ser hospedados nos EUA. Haverá uma distância que os dados terão que percorrer, o que pode degradar o serviço, já que o vídeo em particular é altamente dependente do acesso à Internet de banda larga de alta fidelidade.
O governo dos EUA intervirá?
Alguns membros do governo têm tentado salvar o TikTok de sua morte iminente. Na quarta-feira (15), um grupo de legisladores liderados pelo senador de Massachusetts Ed Markey apresentou o Extend the TikTok Deadline Act, com o objetivo de pausar a proibição por 270 dias. Mas a proibição original foi aprovada com amplo apoio bipartidário, e é improvável que este novo projeto de lei passe pelas duas câmaras a tempo.
O presidente eleito Donald Trump também está interessado em pausar a proibição, argumentando que ele deveria ter tempo como presidente para buscar uma “resolução política” para o problema. Assim que se tornar presidente, ele poderá pausar temporariamente a lei se a ByteDance tiver iniciado o processo de venda do TikTok. Mas a ByteDance declarou repetidamente que o aplicativo não está à venda.
Trump também pode ordenar que seu Departamento de Justiça se abstenha de aplicar a lei, essencialmente tornando-a ineficaz. Nos argumentos orais da Suprema Corte na semana passada, a Procuradora Geral Elizabeth Prelogar reconheceu que o Presidente tem o poder discricionário de fazer isso. Mas ela também disse que se a ByteDance ou provedores terceirizados continuassem a operar o TikTok nos EUA, eles estariam violando a lei, o que os tornaria suscetíveis a futuras aplicações.
Então, embora existam várias brechas para os usuários permanecerem no TikTok, obstáculos provavelmente levarão a um declínio acentuado em termos de experiência na plataforma. Então, a menos que algo drasticamente inesperado aconteça nos próximos dias, os criadores de conteúdo deverão procurar uma plataforma substituta.
Fonte: Time Magazine