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O substantivo acontecência descreve com precisão aquilo que se passa hoje entre nós e que não conseguimos compreender como uma razão maior de nossa existência.

Alguns de seus significados são merecedores de reflexão, tais como sucedei, ocorrei, decorrei, vinde, sede, sucedei, resultai, sobrevinde, advinde, calhai, existi, havei, transcorrei, intercorrei, sobrechegai, entre tantos muitos, nos mostrando onde estamos, como estamos.

Suponhamos que você tenha esquecido de um montão de pessoas  que passaram pela sua atribulada vida incluindo a mim e justificando o fato de que você anda por aí cheio de compromissos, problemas de toda ordem e milhões de confusões na cabeça, brigando de peito aberto com as incertezas da vida, num pouco daquilo que lhe restou.

Objetivamente e mais pratico é usar de uma solução rápida e eficaz para todos os males. Apoiar-se na descoberta de num novo amor.

Encontrar pela vida a fora um amor urgente qualquer que passa a ser a razão tudo e a sua mais nova motivação.

Talvez, seja este amor uma causa, uma saída, vindo de onde vier.

Ah!!! Estes amores que nunca são, nunca foram e jamais serão.

Mais mero engano pelo caminho.

Aí, num lance qualquer de memoria passamos a nos lembrar de um fato qualquer, de um amigo que lá trás teve importância ou nunca teve importância nenhuma em nossas vidas, mas que marcou e fez parte de um momento dela.

Você vê nisto uma justificativa, uma oportunidade para apelar para o básico, para o imediato e dizer a todos pulmões “o mundo está louco…”

O pior….

O mundo não está louco!

O mundo continua andando tranquilo nos seus desajustes, em suas absolutas características e imperfeições como foi criado por Deus, sendo castigado de vez em quando pela natureza.

Entenda que estamos nós hoje à mercê de uma catástrofe criada por nós mesmo dentro do nosso confuso e desvairado universo.

A cada dia que passa continuamos mais indiferentes à nossa consciência, com nossos compromissos, com nossos amores e se importando com monte de insignificâncias e importâncias nossas que vão ficando pelo caminho.

Não dá nem para reparar direito que o ontem foi e será muito mais importante que o amanhã… muito embora, a receita que sara a loucura é justificar que todo o efeito catastrófico e a relação absoluta com aquilo que vivenciamos e deveríamos ter esquecido no ponto de partida… no porto, na estação.

Infeliz ideia é confundirmos é não entender o fardo das coisas, da vida nos acompanham e não fazer delas uma arma, uma referência vitoriosa.

Quem foi… foi.  Ficou marcado como referência.

Boa ou ruim… tanto faz a aquilo que nós chamamos de historia.

A vida sabe muito bem disto.

Só tem importância aquilo para quem entende de importância.

A cada dia que passa a nossa lista de coisas, de prioridades, de crenças e principalmente de pessoas que estiveram conosco na estação da vida vai diminuindo. Sumindo e desaparecendo lentamente e se perdendo por aí.

Você começa a perceber os cabelos brancos, as rugas e uma pressa exagerada para recuperar tudo aquilo que um dia foi belo, desejado, admirado e um sei lá o quê, que abria portas, e hoje, por aí, registrada apenas em fotografias.

Repare direito e veja bem que neste ano que se vai uma infinidade absoluta de alguns destes muitos quereres nossos se foram e nos escaparam por entre os nossos dedos, como uma perda. Isto se chama lamento tardio.

Isto aqui, sem nenhuma pretensão é uma reflexão.

Só para dizer com a força dos pulmões que eu continuo por aqui na vida, doido para te contar mil loucuras, muitos sonhos, projetos muitos e aqueles segredos que só revelamos sob o efeito de uma bebedeira, da ressaca de porradas constantes como eternas confidências.

Uma outra coisa: repare bem. Os nossos médicos, terapeutas psiquiatras, orientadores espirituais de toda ordem são e sempre serão os nossos ídolos, assim como os nossos professores que apostaram de olhos fechados nas nossas acontecências.

Pais, a família, os muito poucos amigos lá de trás que ainda vivem torcem com força voraz e apostam em nossas investidas.

Com certeza, fazem também parte desta galeria.

Não sei por que isto me veio na lembrança, como uma necessidade eminente de falar estas coisas como uma mensagem.

Talvez, pura saudade de você que lê estas minhas considerações ou talvez

um alerta singelo de alguém sabedor de sensibilidades.

Vamos admitir …. Poesia pura, uma pretensa crônica falando de acontecências.

Lembre-se …você sempre fez, faz e fará parte do caminho de quem te importa. Chamado de caminho das estrelas.

O trem não para… A vida não para…

E Deus onde entra nisto?

Ele sempre será lembrado, chamado às pressas, como um antidoto bom nos momentos difíceis e finais de desesperanças para dar um jeito no coração, que entendeu que é hora de fechar o circulo das acontecências

LUCIANO SCREVEU
Jornalista

LUCIANO SCREVEU

By LUCIANO SCREVEU

Jornalista

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