Donald Trump e 18 aliados foram indiciados na Geórgia na segunda-feira (14) por tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020 no estado.
A acusação de quase 100 páginas detalha dezenas de atos de Trump ou de seus aliados para desfazer a derrota do ex-presidente nas urnas, incluindo pedir ao secretário de estado republicano da Geórgia para encontrar votos suficientes para o ex-presidente vencer no estado; assediar um trabalhador eleitoral que enfrentou falsas alegações de fraude; e tentativa de convencer os legisladores da Geórgia a ignorar a vontade dos eleitores e nomear uma nova lista de eleitores do colégio eleitoral favorável a Trump.
Em um episódio que particularmente chama atenção, os procuradores descrevem uma trama envolvendo um dos advogados de Trump para acessar máquinas de votação em um condado rural da Geórgia e roubar dados de uma empresa de máquinas de votação.
Outros réus incluem o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows; o advogado de Trump e ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani; e um funcionário do Departamento de Justiça do governo Trump, Jeffrey Clark, que ajudou o então presidente a tentar desfazer sua derrota eleitoral na Geórgia. Outros advogados que apresentaram ideias legalmente duvidosas para anular os resultados, incluem John Eastman, Sidney Powell e Kenneth Chesebro.
Os réus podem se entregar voluntariamente até o meio-dia de 25 de agosto. A promotoria planeja buscar uma data para o julgamento dentro de seis meses e pretende julgar os réus coletivamente.
Em caso de considerados culpados, os réus podem enfrentar sentenças pesadas: violar a lei de extorsão por si só pode resultar em uma sentença de cinco a 20 anos.
O indiciamento de Trump na Georgia é o quarto no período de cinco meses, cada um em uma cidade diferente, o que seria assustador para qualquer um, mas talvez nem tanto para Trump, que vem equilibrando simultaneamente os papéis de réu criminal e candidato presidencial.
Lembrando os outros casos que Trump enfrenta na justiça:
1. Falsificação de registros criminais – New York
Trump tem 34 acusações criminais envolvendo falsificação de registros comerciais relacionados a uma série de cheques da Trump Organization que ele assinou em 2017 para seu advogado pessoal, Michael Cohen. Os pagamentos eram para reembolsar Cohen por um suborno que ele havia feito em outubro de 2016 para uma atriz pornô, Stormy Daniels, para encobrir um possível escândalo sexual pouco antes da eleição. Mas, de acordo com a acusação, documentos internos registraram falsamente os cheques como pagamentos por trabalho legal que Cohen supostamente realizou em 2017.
O Julgamento deve ocorrer em março de 2024.
2. Documentos confidenciais do governo
Trump é acusado de 40 ações criminais relacionadas a posse de documentos confidenciais do governo depois de deixar o cargo de presidente e conspiração para obstruir os esforços do governo para recuperá-los.
O julgamento deve ocorrer em julho de 2024.
3. Subversão Eleitoral 2020 (Federal)
Trump é acusado de quatro ações criminais relacionadas a tentativa de reverter a sua derrota nas eleições de 2020 para Joseph R. Biden Jr.
O julgamento ainda não foi marcado.
Fonte: AP