O governo Trump transferiu centenas de imigrantes para El Salvador mesmo após um juiz federal ter emitido uma ordem proibindo temporariamente deportações sob uma declaração de guerra do século XVIII que a atual administração resolveu adotar recentemente contra imigrantes.

Os voos transportando imigrantes estavam no ar no momento da decisão.

O juiz James E. Boasberg emitiu uma ordem no sábado (15) bloqueando temporariamente as deportações, mas advogados lhe disseram que já havia dois aviões com imigrantes no ar — um indo para El Salvador, o outro para Honduras. Boasberg ordenou verbalmente que os aviões retornassem, mas isso não aconteceu.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em uma declaração no domingo (16), respondeu à especulações sobre se o governo estava desrespeitando ordens judiciais: “O governo não ‘se recusou a cumprir’ uma ordem judicial. A ordem, que não tinha base legal, foi emitida depois que estrangeiros terroristas já haviam sido removidos do território dos EUA.”

Transferência para El Salvador

Uma megaprisão de El Salvador onde visitação, recreação e educação não são permitidas se tornou a mais recente ferramenta na repressão do presidente Trump à imigração. No domingo, centenas de imigrantes, segundo o governo “terroristas membros de uma gangue venezuelana – Tren de Aragua”, foram transferidos para lá.

A chegada dos imigrantes ocorreu sob um acordo no qual o governo Trump pagará ao governo do presidente Nayib Bukele US$ 6 milhões por um ano de serviços.

Bukele fez das prisões severas do país uma marca registrada de sua luta contra o crime. Em 2023, ele abriu o Centro de Confinamento do Terrorismo, ou CECOT, para onde os imigrantes que estavam nos EUA foram enviados no fim de semana.

A instalação tem oito pavilhões extensos e pode abrigar até 40 mil presos. Cada cela pode acomodar de 65 a 70 prisioneiros.

Os prisioneiros do CECOT não recebem visitas e nunca são autorizados a sair. A prisão não oferece workshops ou programas educacionais para prepará-los para retornar à sociedade após suas sentenças.

O governo de El Salvador não atualiza regularmente o número, mas a organização de direitos humanos Cristosal relatou que em março de 2024 a prisão abrigava 110 mil pessoas.

Fonte: AP 

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