O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva na terça-feira (26) determinando que eleitores provem que são cidadãos americanos antes de votar. A medida também tenta impedir que os estados contêm cédulas de voto vindas pelo correio e recebidas após o dia da eleição. A ordem promete tirar o financiamento federal dos estados que não cumprirem as regras.
Trump há muito questiona o sistema eleitoral dos EUA e continua alegando sem provas que sua derrota em 2020 para o presidente democrata Joe Biden foi resultado de fraude generalizada. O presidente e seus aliados republicanos também fizeram alegações infundadas sobre votação generalizada de não cidadãos, o que é ilegal e raramente ocorre.
No ano passado, a Câmara dos Representantes controlada pelos republicanos aprovou um projeto de lei que proibia não cidadãos de se registrarem para votar em eleições federais, uma prática que já é ilegal. O projeto, contudo, não foi aprovado pelo Senado, que era então controlado pelos democratas.
A ordem da Casa Branca busca atingir objetivos semelhantes. Grupos de direitos ao voto argumentam que a ordem de Trump privará certos eleitores de seu direito, particularmente, os que não têm acesso a passaportes ou outras identificações necessárias.
Temos que endireitar nossas eleições”, disse Trump na terça-feira ao assinar a ordem na Casa Branca. “Este país está tão doente por causa das eleições, das eleições falsas e das eleições ruins, que vamos endireitar isso de uma forma ou de outra.”
A ordem provavelmente vai gerar contestações legais.
Nos últimos anos, os republicanos tentaram impor mais restrições à votação, enquanto os democratas buscaram facilitar a votação apoiando o acesso ao voto pelo correio e as oportunidades de votação antecipada.
O Public Citizen observa que cerca de 146 milhões de americanos não têm passaporte, e uma pesquisa do Brennan Center mostra que 9% dos cidadãos americanos que são elegíveis para votar, ou 21,3 milhões de pessoas, não têm prova de cidadania “prontamente disponível”.
A Casa Branca argumenta que a ordem de Trump impedirá que cidadãos estrangeiros interfiram nas eleições dos EUA. Sob a nova diretriz, os eleitores serão questionados sobre cidadania no formulário de votação federal.
Fonte: Reuters