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Um terremoto de magnitude 4,8 atingiu o nordeste dos Estados Unidos às 10h23 de sexta-feira (5), de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (U.S.G.S.), enviando tremores da Filadélfia a Boston e sacudindo edifícios em Manhattan e nos cinco distritos de New York City.

O U.S.G.S. relatou que o epicentro do terremoto foi em Lebanon, no estado de New Jersey, cerca de 80 quilômetros a oeste da cidade de Nova York.

O Departamento de Polícia de Nova York disse não ter relatos imediatos de danos, mas sirenes puderam ser ouvidas por toda a cidade. Vários aeroportos da Costa Leste interromperam o tráfego aéreo imediatamente após o tremor.

Um dos maiores terremotos em 50 anos 

O terremoto de magnitude 4,8 foi o terceiro maior terremoto registrado na região nordeste dos Estados Unidos nos últimos 50 anos, de acordo com dados do Serviço Geológico dos EUA.

O maior terremoto, de magnitude 5,3, ocorreu em Au Sable Forks, Nova York, em 2002.

Região é propensa a tremores?

Terremotos são raros na região nordeste do país porque o fenômeno acontece com mais frequência e intensidade em regiões onde placas tectônicas se encontram.

Placas tectônicas são grandes blocos rochosos semirrígidos que compõem a crosta terrestre. A Terra está divida em quatorze principais placas tectônicas, as quais se movimentam sobre o manto de forma lenta e contínua, podendo aproximar-se ou se afastar umas das outras. A movimentação dessas placas resulta na formação de montanhas, fossas oceânicas, atividades vulcânicas, terremotos e tsunamis.

A região nordeste dos Estados Unidos não está numa região de encontro de placas tectônicas, mas sim no centro da Placa Norte Americana. Por isso, terremotos não são comuns na região.

Contudo, a área não está livre deles. O terremoto de sexta-feira ocorreu no sistema de falhas Ramapo, que atravessa o norte dos Montes Apalaches em Nova York, New Jersey e Pensilvânia. Falhas são linhas de fraturas entre dois blocos de rocha na crosta terrestre, a camada geológica mais próxima da superfície. Movimentos nessas fraturas provoca tremores, como os sentidos na manhã de sexta-feira.

Em 2008, pesquisadores da Universidade de Columbia analisaram 383 terremotos em uma área de 15.000 milhas quadradas ao redor da cidade de Nova York e estimaram que um terremoto de magnitude 5 na cidade ou ao redor dela ocorre em média uma vez por século, enquanto um terremoto de magnitude 6 ou maior ocorre uma vez a cada 670 anos. Uma magnitude ainda maior – 7 é estimada uma vez a cada 3.400 anos.

O registro histórico incluiu três terremotos de magnitude 5 ou maior, o mais recente em 1884, ou seja, há 140 anos.

O perigo de um terremoto em Nova York 

Embora os terremotos no nordeste dos Estados Unidos sejam menores e menos frequentes do que em lugares como a Califórnia ou o Japão, os riscos merecem atenção das autoridades.

Um terremoto modesto, como o desta sexta-feira, poderia causar danos de milhões de dólares em cidades como Manhattan. Isso porque a região não está preparada para eles.

No início dos anos 2000, a cidade de Nova York começou a exigir que os projetistas de edifícios levassem em consideração os riscos sísmicos. Antes disso, a principal ameaça natural que o código de construção da cidade abrangia era o vento, que pode exercer uma pressão muito forte sobre os edifícios, especialmente os arranha-céus. Contudo, a grande maioria dos 1,1 milhão de edifícios na cidade de Nova York foram construídos antes de 2000 e, portanto, não foram projetados tendo em mente os terremotos.

Mesmo assustando quem não está acostumado com tremores, o terremoto de sexta-feira, a princípio, não causou danos a infraestrutura das grandes cidades que compõem a região e nem deixou vítimas numa das áreas mais populosas do país.

Fonte: The New York Times e CNN 

 

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