Promotores federais acusaram formalmente na terça-feira (10) o deputado George Santos de roubar identidades de doadores de campanha e fazer cobranças fraudulentas em seus cartões de crédito. Além disso, eles ainda alegam que o republicano de Nova York desviou dinheiro de sua empresa e conspirou com sua antiga tesoureira para falsificar o valor total de doações recebidas, a fim de atingir as metas de angariação de fundos estabelecidas pelo partido republicano.
As 10 novas acusações contra Santos feitas na terça-feira elevam o número total de acusações contra ele para 23. Esta última rodada tem um âmbito mais amplo e fornece detalhes novos sobre a alegação de que Santos teve lucro pessoal através da sua campanha para o Congresso.
As acusações também surgem dias depois que Nancy Marks, que trabalhou como tesoureira da campanha de 2022 de Santos, se declarar culpada de uma acusação de conspiração para fraudar os Estados Unidos ao cometer um ou mais crimes federais.
Ela admitiu: “Apresentei um relatório do primeiro trimestre de 2022 afirmando que US$ 500,000 foram emprestados à campanha pelo co-conspirador nº 1 e o dinheiro não foi recebido na época”, disse Marks durante seu depoimento. “Como tesoureira de campanha, eu sabia que o empréstimo não havia sido concedido naquele momento.”
No processo apresentado na terça-feira, os promotores de Nova York apresentaram mensagens entre Santos e Marks discutindo seus esforços para enganar efetivamente o Partido Republicano sobre a quantia arrecadada pelo candidato. O objetivo da mentira era mostrar que Santos havia arrecadado o mínimo necessário para qualificar para apoio financeiro adicional vindo do próprio partido.
Ou seja, concluí-se que o co-conspirador nº1 citado por Marks é George Santos.
Em maio, Santos, ao se apresentar para responder pelas 13 acusações federais iniciais, se declarou inocente de todas. Essas acusações incluem fraude electrónica, lavagem de dinheiro, roubo de fundos públicos e declarações falsas à Câmara dos Deputados dos EUA.
Quando questionado sobre as acusações apresentadas na terça-feira, Santos disse a CNN: “Não tive acesso ao meu telefone. Não tenho ideia do que vocês estão falando”.
Após o indiciamento no início deste ano, o congressista disse que foi “complacente durante todo o processo”, classificando a acusação como uma “caça às bruxas” e disse que iria “lutar a minha batalha”.
Ele disse também que não renunciaria.
Eleito no ano passado para representar um distrito que inclui partes de Long Island e Queens, Santos, tem sido investigado em diversas jurisdições e pelo Comitê de Ética da Câmara. O congressista admitiu ter feito algumas afirmações enganosas sobre sua educação e situação financeira, mas continua a negar as alegações mais sérias. Ele não admitiu nenhum crime até então.
Inclusive, ele anunciou em abril que buscará a reeleição em 2024 para representar o 3º Distrito Congressional de Nova York.
As novas acusações contra Santos é mais um golpe para os republicanos no Capitólio, que já vivem uma reviravolta depois que um pequeno grupo de seus próprios membros abriu caminho para destituir Kevin McCarthy do cargo de presidente da Câmara na semana passada.
Santos, filho de uma imigrante brasileira, faz parte de uma classe de republicanos recém-eleitos em Nova York que ajudaram o partido a obter uma estreita maioria na Câmara nas eleições de meio de mandato em 2022 e cujo destino será fundamental para manter essa maioria em 2024.
Fonte: CNN