O Senado norte-americano aprovou um ambicioso projeto de lei que engloba novas regras para a saúde, clima e impostos. O plano dos democratas, no valor de US$ 750 bilhões, foi aprovado seguindo linhas partidárias (51 a 50 votos), com a vice-presidente Kamala Harris desempatando. Para entrar em vigor, ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados, e isso deverá acontecer já que a Câmara tem maioria democrata. Apesar da votação estreita, a aprovação desse projeto significa uma grande vitória para o presidente Joe Biden e seu partido.
O projeto de lei – chamado “Lei da Redução da Inflação” – inclui várias disposições importantes. Em relação ao clima, é o maior investimento climático na história dos Estados Unidos. A meta principal é reduzir as emissões de carbono em até 40% até 2030. Isso exigirá fortes regulamentações climáticas do governo Biden e ações dos estados para mudar os hábitos de consumo da população.
Em relação a saúde, os legisladores estão estendendo os subsídios federais aprimorados para a cobertura do Obamacare até 2025, ao invés de 2024, após as eleições. A cláusula mais importante, contudo, é a que reduz os preços dos medicamentos prescritos.
Para aumentar a receita federal, a legislação pretende impor um imposto mínimo de 15% sobre a renda que as grandes corporações relatam aos acionistas, conhecida como receita contábil, em oposição à Receita Federal. A medida, que visa arrecadar US$ 258 bilhões ao longo de uma década, se aplica a empresas com lucros acima de US$ 1 bilhão.
Mas e a inflação, já que ela dá nome ao projeto de lei? Há várias medidas incluídas no projeto que visam combater a inflação, atacando setores específicos, como eletricidade, por exemplo. Contudo, os republicanos argumentam que o projeto de lei não vai resolver o problema da inflação. Para eles, a medida é uma lista de desejo dos democratas que podem atrapalhar a criação de empregos e prejudicar o crescimento da economia em um momento em que há risco de recessão.