A Floresta Amazônica, onde corre um quinto da água doce do mundo, está sofrendo uma seca rigorosa que não dá sinais de diminuir, mostra uma reportagem do The New York Times.
Provavelmente agravada pelo aquecimento global e pelo desmatamento, a seca alimenta grandes incêndios florestais ao mesmo tempo que provocam estiagem de grandes rios a um ritmo recorde.
O Rio Negro, o maior rio de água escura do mundo, atingiu o seu nível mais baixo na segunda-feira (16), enquanto outros rios estão perto de atingir novos recordes. As consequências já são sentidas: mortes de golfinhos cor-de-rosa ameaçados de extinção, encerramento de uma importante central hidroeléctrica e isolamento de dezenas de milhares de pessoas que vivem em comunidades remotas e que só podem se deslocar de barco.
A seca está accelerando a destruição da maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo. E estudos recentes mostram que as alterações climáticas, o desmatamento e os incêndios dificultam a recuperação da Amazônia.
A estação das chuvas deve começar nas próximas semanas e se a seca, que começou em junho, persistir, marcará a primeira vez que tais condições extremas ocorrerão no período mais seco da Amazônia e continuarão no período mais chuvoso.
A Amazônia já passou por secas no passado, mas agora enfrenta múltiplos desafios: além da escassez de chuvas, o calor escaldante e as temperaturas altissímas da água estão atingindo a região ao mesmo tempo.
Crise humanitária
Segundo o The New York Times, a falta de água potável está provocando uma crise humanitária. Sem alternativa, alguns moradores bebem, cozinham e tomam banho com água contaminada. Essa água está deixando as crianças e idosos doentes. As autoridades de saúde também temem que poças de água superaquecida possam tornar-se criadouros de mosquitos transmissores da malária e da dengue.
Fonte: The New York Times