As ruas e calçadas da cidade de Nova York poderão ficar bem diferentes a partir de 3 de agosto.
Esse é o prazo para os restaurantes se inscreverem no novo programa de ‘refeições ao ar’ livre da cidade ou desmontarem suas estruturas que ocupam ruas e calçadas.
Depois de quatro anos de refeições ao ar livre gratuitas e pouco regulamentadas, o novo programa supervisionado pelo Departamento de Transportes da cidade irá adicionar taxas, limitar o número de assentos nas calçadas e fazer com que os galpões montados nas ruas sigam algum projeto pré-aprovado.
“As pessoas construíam como loucas, você poderia construir em todo o quarteirão se os proprietários quisessem”, disse Manuel Colon, proprietário do Manny’s Bistro no Upper West Side, ao Gothamist, que espera perder metade dos seus 24 assentos ao ar livre. “Estava um pouco fora de controle. As novas regras serão muito mais eficientes para todos.”
As regulamentações surgem após dois anos de discussões prolongadas na Câmara Municipal, na mídia e em outros fóruns públicos sobre ratos, vagas de estacionamento e preocupações de segurança relacionadas a refeições ao ar livre. Proprietários de
Restaurantes estão divididos
“Vou perder meus assentos à beira da rua, que infelizmente são os assentos mais populares”, disse ao Gothamist Samantha DiStefano, cujo restaurante Mama Fox em Bedford-Stuyvesant é o mais recente de vários que ela administra na área metropolitana há quase 30 anos.
“Não conheço nenhuma pequena empresa que possa se dar ao luxo de ter uma estrutura sazonal na beira da rua”, disse DiStefano. “Onde vou conseguir US$ 5.000, US$ 6.000, US$ 7.000 duas vezes por ano para pagar alguém para construí-la e desmontá-la? E então, onde vou armazená-la e quanto isso vai custar? É completamente ridículo pensar que podemos configurar isso”.
De acordo com a nova regulamentação, as estruturas nas calçadas e ruas serão sazonais. Terão que ser desmontadas em dezembro, mas poderão retornar em abril.
Para muitos restaurantes, o espaço externo dobra a capacidade total do estabelecimento. Uma herança do período da pandemia do Covid que muitos agora não querem perder. Afinal, dobrar o número de assentos pode dobrar a receita dos restaurantes nos meses mais quentes, sem despesas correspondentes. Embora eles tenham que contratar alguns garçons adicionais para lidar com os clientes extras, custos como aluguel e serviços públicos, seguros e mão de obra de cozinha e gerenciamento permanecem fixos.
Antes da pandemia, apenas cerca de 1.200 estabelecimentos da cidade de Nova York aproveitavam as refeições ao ar livre, de acordo com o Departamento de Proteção ao Consumidor e ao Trabalhador, que naquela época cuidava do licenciamento de cafés e restaurantes nas calçadas.
As licenças com validade de dois anos vinham com taxas de US$ 30 a US$ 40 por metro quadrado, e regras de zoneamento ou demarcação muitas vezes proibiam assentos na calçada. Os “galpões” de restaurantes e o programa Ruas Abertas, que permite que os bairros fechem temporariamente as ruas ao tráfego de automóveis, não existiam.
A pandemia inaugurou a era das refeições nas calçadas e nas ruas. Cerca de 12 mil estabelecimentos aproveitaram a oportunidade de expansão, segundo o Departamento de Transportes.
Centenas de estabelecimentos já se inscreveram desde que as novas inscrições para refeições ao ar livre foram abertas em março deste ano, de acordo com o Comissário de Transportes Ydanis Rodriguez.
O departamento de transportes espera que as novas configurações cheguem a custar aos restaurantes cinco dígitos para construir, desmontar e armazenar fora da temporada. As novas taxas por metro quadrado de assentos ao ar livre caíram significativamente em relação a antes da pandemia, variando de US$ 5 a US$ 31 por metro quadrado com base na localização e tipo.
Fonte: Gothamist