Os alimentos ultra processados tornaram-se uma parte importante da dieta das pessoas em todo o mundo. Eles representam 67% das calorias consumidas por crianças e adolescentes nos Estados Unidos, por exemplo.
Mas muitas questões permanecem. O que são alimentos ultra processados, exatamente? E quão fortes são as evidências de que são prejudiciais?
O que são alimentos ultra processados?
Alimentos não processados ou minimamente processados – frutas e vegetais frescos ou congelados, feijão, lentilha, carnes, aves, peixes, ovos, leite, iogurte natural, arroz, macarrão, fubá, farinha, café, chá e ervas e temperos.
Ingredientes culinários processados – óleos de cozinha, manteiga, açúcar, mel, vinagre e sal.
Alimentos processados – são feitos combinando alimentos da Categoria 1 com ingredientes da Categoria 2 e preservando-os ou modificando-os com métodos relativamente simples, como enlatados, engarrafamento, fermentação e panificação. Este grupo inclui pão fresco, a maioria dos queijos e vegetais enlatados, feijão e peixe. Esses alimentos podem conter conservantes que prolongam a vida útil.
Alimentos ultra processados – são feitos com métodos industriais e ingredientes que você normalmente não encontraria em supermercados – como xarope de milho rico em frutose, óleos hidrogenados e proteínas concentradas como isolado de soja. Muitas vezes contêm aditivos como aromatizantes, corantes ou emulsificantes para torná-los mais atraentes e palatáveis. Pense em refrigerantes e bebidas energéticas, batatas fritas, doces, iogurtes aromatizados, margarina, nuggets de frango, cachorros-quentes, salsichas, carnes frias, macarrão com queijo embalado, fórmulas infantis e a maioria dos pães embalados, leites vegetais, substitutos de carne e cereais matinais.
Se você olhar a lista de ingredientes e vir coisas que não usaria na comida caseira, então provavelmente é um alimento ultra processado.
Os alimentos ultra processados são prejudiciais?
A maioria das pesquisas que associam os ultra processados a problemas de saúde baseia-se em estudos observacionais, nos quais os pesquisadores perguntam às pessoas sobre as suas dietas e depois monitorizam a sua saúde ao longo de muitos anos. Numa grande revisão de estudos publicada em 2024, os cientistas relataram que o consumo de ultra processados estava associado a 32 problemas de saúde, com as evidências mais convincentes de mortes relacionadas com doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e problemas comuns de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Esses estudos são valiosos porque podem analisar grandes grupos de pessoas. A pesquisa de 2024 incluiu resultados de quase 10 milhões de pessoas avaliadas ao longo de muitos anos, que podem levar para o desenvolvimento de condições crônicas de saúde.
Baseados nesses estudos, cientistas acreditam que há fortes evidências que os ultra processados são realmente prejudiciais.
E o que fazer em relação a esses alimentos?
Alguns médicos defendem que o melhor é evitá-los por completo. Troque iogurte com sabor por iogurte natural com frutas, por exemplo, ou compre um pão fresco em uma padaria local em vez de pão embalado, se você tiver condições financeiras.
Outros médicos sugerem uma estratégia mais moderada, com foco em limitar ultra processados que não fornecem nutrientes valiosos, como refrigerantes e biscoitos. Ela também recomendou comer mais frutas, verduras, grãos integrais (ultra processados ou não), legumes, nozes e sementes.
Por fim, a recomendação de todos é: cozinhe em casa o máximo que puder, usando alimentos minimamente processados.
Fonte: The New York Times