Mais de 75% dos aluguéis de curto prazo listados no Airbnb desapareceram da Big Apple após uma dura repressão municipal aos sites de compartilhamento de casas.
O desaparecimento das hospedagens deixou milhares de visitantes que planejavam passar as férias em Manhattan, particularmente no final deste ano, no limbo; mas, por outro lado, estão proporcionando um benefício para a indústria hoteleira da cidade.
O polêmico regulamento para hospedagens de curto-prazo – que entrou em vigor em 5 de setembro – exige que os anfitriões estejam presentes para estadias inferiores a 30 dias, com no máximo duas pessoas hospedadas numa habitação por vez. Os anfitriões também devem registrar suas propriedades e obter aprovação da cidade antes de listarem suas residências em sites ou aplicativos de compartilhamento de casas. Caso contrário, tanto os anfitriões quanto os sites de reserva poderão estar sujeitos a multas de até US$ 5 mil.
O site de viagens Skift estima que as listagens de curto prazo do Airbnb na cidade de Nova York caíram 77% entre 4 de junho e 10 de setembro.
As reservas de aluguel de curto prazo existentes feitas antes de 5 de setembro serão honradas até 1º de dezembro.
Indústria hoteleira se beneficia
A poderosa indústria hoteleira da cidade, que há muito luta contra a ascensão do Airbnb e concorrentes está sendo beneficiada pela nova regra.
Os hotéis previam um aumento de 10% na receita por quarto disponível na cidade de Nova York no próximo ano, mas com a nova regulamentação esse aumento poderá ser de até 16%, segundo a Skift.
As pesquisas no Google por hotéis urbanos aumentaram 24% na semana passada, de acordo com a JLL Hotels & Hospitality’s Americas.
A cidade justificou o novo regulamento ao fato de muitos anfitriões não estarem seguindo a lei. Espera-se também que as novas regras ajudem a aliviar a crise imobiliária causada pela falta de estoque de aluguéis de longo-prazo, que fez com que os preços dos aluguéis disparassem a níveis recordes.
Modelo para outras cidades
De Londres a Paris e Dubai, cidades de todo o mundo regulamentaram os mercados de aluguéis de curta duração.
Mas as regulamentações de Nova York vão mais longe do que a maioria, levantando preocupações de que outras cidades possam adotar medidas semelhantes.
Regras habitacionais mais rígidas de curto prazo estão em discussão em várias partes dos Estados Unidos e do mundo, por exemplo, em cidades como Atlanta, Dallas e Nova Orleans, bem como em Florença, na Itália e Melbourne, na Austrália.
Fonte: The New York Post e CNBC