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As histórias por trás de “pagar o pato”, “puxar o saco”, “pão-duro” e outros termos corriqueiros do português falado no Brasil. Se você acha que termos corriqueiros como “pagar o pato” e “puxar o saco” são coisas da atualidade, está muito enganado: a maioria desses dizeres tem pelo menos um século de idade, com vários datando do Brasil colonial e até da Idade Média. Sem blá-blá-blá e sem trocar as bolas, saiba de onde vêm as coisas que você fala todo dia.

Pagar o pato

Significa: Sofrer consequências de algo, ser enganado.

Foto: shutterstock-yvon52

Num conto do italiano Giovanni Bracciolini (1380-1459), um camponês vende um pato a uma mulher em troca de sexo. O rapaz, insaciável, quer mais, mas ela se nega. Aí chega seu marido, perguntando qual o motivo da discussão. Para escapar, o camponês diz que faltam 2 vinténs para completar o pagamento. Preocupado com o jantar, o corno literalmente paga o pato.

Bicho de sete cabeças

Foto: shutterstock-Prostock-studio

Significa: Problema sério.

Vem da história mitológica dos 12 trabalhos de Hércules. Um deles era matar a hidra, uma serpente de sete cabeças que ficava em Lerna, um pântano da Grécia. Além de o bicho ser assustador por si só, cada vez que uma cabeça dele era cortada, duas apareciam no mesmo lugar.

Fazer uma vaquinha

Significa: Unir-se para arrecadar dinheiro.

Foto: shutterstock-Lamppost-Collective

Na década de 20, a torcida do time carioca Vasco da Gama bolou um novo jeito de incentivar os jogadores: caso o time vencesse, os atletas leva-vam 10 mil réis ou “um coelho” (animal correspondente no jogo do bicho), coletados entre os torcedores. No caso de vitória importante, o prêmio era 25 mil, uma “vaca”.

Tirar o cavalo da chuva

Foto: shutterstock-Rita_Kochmarjova

Significa: Desistir de fazer algo.

Vem dos tempos em que o cavalo era o principal meio de transporte. Se

não tivesse a intenção de demorar, o visitante deixava o animal desprotegido na frente da casa. Porém, às vezes, o anfitrião o convidava para ficar mais, falando para o amigo abrigar melhor o bicho com a frase “Pode tirar o cavalo da chuva”. Ou seja: “Desista dessa ideia de ir embora”.

VIVIANE FAVER
Jornalista
vfaver@gmail.com

VIVIANE FAVER

By VIVIANE FAVER

Jornalista radicada em NYC. Estagiou e trabalhou no Jornal do Commercio por 10 anos na editoria de economia. Mudou-se para NY em 2014, onde começou a colaborar para o jornal The Brasilians, o Extra, O Dia, CNN Style (Londres), New York Beacon, entre outros. Também trabalha com documentários, o mais recente foi o 'Queen of Lapa', que ganhou o prêmio no festival LGBT, NewFest, em NYC, em 2019.

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