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Em 1850 Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, empenhou-se na construção de uma Estrada de Ferro e, em 1856, um Decreto Imperial concedeu a ele o privilégio da construção e o prazo de 90 anos para sua exploração. Em 1860 conseguiu reunir capital suficiente e formou a empresa The São Paulo Railway Company Ltd. – SPR para construí-la. Paranapiacaba surge como acampamento para os trabalhadores que construíram o trecho da Serra do Mar. Com a inauguração da ferrovia, em 1867, a empresa viu-se obrigada a manter operários no local para a operação dos serviços e manutenção das obras. Posteriormente à duplicação da ferrovia edificou-se uma nova vila no Alto da Serra, a Martin Smith, de ruas arborizadas com alinhamentos regulares e sistemas de água e esgoto.

Na década de 1940 a Vila sofreu duas marcantes intervenções: em 1945 passou a chamar-se Paranapiacaba e, no ano seguinte, a São Paulo Railway Co. foi incorporada ao Patrimônio da União e passou a ser administrada pela Estrada de Ferro Santos a Jundiaí – EFSJ, terminando assim a presença dos ingleses na região. Ao receber o patrimônio, em 1946, o governo federal esforçou-se em manter a qualidade no transporte de carga e de passageiros que os ingleses tinham até então.

No tempo dos ingleses a Vila de Paranapiacaba apresentava certo ar europeu, romântico, com casas de madeira, quintais separados por cercas vivas e ruas calmas, ladeadas de pinheiros, em contraste com a Parte Alta, que recebeu uma ocupação urbana marcada pela herança portuguesa, com ruas estreitas e casas de pequenas frentes edificadas junto ao alinhamento. Unindo a Parte Alta à Parte Baixa há uma ponte metálica destinada exclusivamente aos pedestres e bicicletas, que se mantém até hoje após algumas reformas.

Em 1982 o Sistema Funicular construído pelos ingleses deixou de funcionar. Foi o fim de uma era de glamour e o começo de uma luta pela preservação do que ainda restava da História da ferrovia inglesa. Iniciava-se um movimento para a redestinação de Paranapiacaba a fim de transformá-la num polo turístico. Em abril de 2000 Paranapiacaba tornou-se oficialmente um dos núcleos do programa da Reserva da Biosfera da UNESCO.

Em 05 de junho de 2003, Dia Mundial do Meio Ambiente, foi criado o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, área verde com cerca de 4,2 km² de Mata Atlântica no entorno da Vila.

Hoje Paranapiacaba conta com dois museus: o Castelinho, construção vitoriana que serviu de residência para o Engenheiro Superintendente, autoridade máxima da ferrovia inglesa, que guarda a memória dos tempos de funcionamento da São Paulo Railway Co., e o Funicular, que consiste em três galpões situados no pátio ferroviário, onde é possível ver as locomotivas, o carro fúnebre, as máquinas fixas e peças menores, como a azeitadeira, utilizada para lubrificar as máquinas. Ao ar livre podem ser vistos o trem ambulância, já bem enferrujado e o trem guindaste a vapor.

Paranapiacaba é cercada por três importantes Unidades de Conservação: o Parque Nascentes, citado acima, a Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba e o Parque Estadual da Serra do Mar. As matas, Parques e quedas d’água existentes no entorno da Vila compõem um cenário natural fantástico, que pode ser percorrido por trilhas de trajetos fáceis ou difíceis e requerem acompanhamento de guia cadastrado pela Prefeitura. Dentre elas as mais conhecidas são as trilhas da Pontinha, do Mirante e da Água Fria.

Em 2001 realizou-se na Vila o 1º Festival de Inverno de Paranapiacaba, com muita expectativa. Os visitantes chegavam pela passarela metálica, que liga a Parte Alta à Vila Nova; os espetáculos se concentravam no Clube União Lyra-Serrano, outrora palco de grandes bailes e espetáculos. O Festival continua ocorrendo anualmente, se expandiu, com vários artistas se apresentando em palcos espalhados pela Vila e atualmente é um dos eventos mais conhecidos do Município. Durante o Festival vários atrativos, além dos artísticos e culturais, são oferecidos ao visitante.

Em abril acontece o Festival do Cambuci, fruta nativa da Mata Atlântica que é marca registrada da região e patrimônio imaterial de Santo André desde 2013, onde são oferecidos diversos pratos, doces e bebidas que utilizam o fruto como principal elemento.

Outros eventos, como a Convenção de Bruxas e Magos, a Festa do Padroeiro e a Feira de Artes e Antiguidades acontecem no decorrer do ano.

Tombada como patrimônio histórico pelos órgãos de preservação patrimonial federal, estadual e municipal (IPHAN, CONDEPHAAT e COMDEPHAAPASA), Paranapiacaba passa, atualmente, por processo de restauração financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento – Cidades Históricas, do Governo Federal.

Fonte: www.santoandre.sp.gov.br

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