Tom Hanks apresenta em Tipos Incomuns (Algumas Histórias), personagens leves e cativantes. Não há nenhum conto em que você, por mais breve que seja, não se afeiçoar pelos personagens que Hanks criou. A liga entre todas as histórias, certamente, são as máquinas de escrever, que ora têm grande importância, ora são apenas “lembradas”, mas sempre estão lá para o leitor.
A escrita de Tom Hanks é surpreendentemente leve, fluída e não cansa jamais. Em seu primeiro livro, Hanks nos traz situações que em sua maioria poderiam ser vividas por nós mesmos e algumas delas são extremamente parecidas com situações do nosso passado, o meu principalmente. Quem não se lembra das gostosas vésperas dos natais passados? Ou quem nunca teve um namorico com uma amiga de seu grupo?
Em outras situações, por exemplo a de Sue Glieber, podemos associar o sofrimento de seu início de carreira com qualquer uma de sucesso, seja estrondoso ou não. Afinal de contas, todo começo é muito difícil para qualquer um que queira algo bom e reconfortante em seu futuro. Então, por uma analogia, todos somos Sue Glieber em seu começo de carreira passando fome e humilhações, mas acreditando em si mesma até obter, finalmente, seu reconhecimento.
Acredito que todos os contos de Tipos Incomuns irão despertar lembranças em todos seus leitores, tamanha destreza de Hanks em transformar o comum em algo muito atrativo, divertido e emocional.
Não se deixe levar pela leveza das histórias e achar que não existe divertimento e a tal da “moral da história”, pois ela existe em praticamente todas elas. Tom Hanks não criou uma obra para mudar conceitos ou qualquer coisa do gênero, ele criou Tipos Incomuns para a nossa diversão e só. Mas isso não quer dizer que as críticas sociais não estejam lá, elas estão sim, sutis, não escancaradas, mas estão lá.
Outra coisa que pode chamar a atenção dos leitores é uma certa similaridade das histórias que Tom conta com as que ele já interpretou. Obviamente, que não são obrigatoriamente experiências de ator que ele “jogou” no papel para seus leitores, mas acredito que algumas delas irão chamar a atenção de quem já acompanha a carreira dele de ator, assim com eu acompanho.
Jeffa Koontz
Crítico Literário
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