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Em 2014, o refugiado da República do Congo que vive no Brasil, Jean Katumba (photo), convocou pessoas de outros países que também buscaram refúgio em terras brasileiras para um torneio de futebol. A ideia foi aproveitar a paixão pelo esporte para aproximar os imigrantes entre si, e com a sociedade. Dia 26 de março, a Copa dos Refugiados, como ficou conhecido o evento, reuniu mais de cem imigrantes da África, Ásia, América do Sul e Central para comemorar os três anos do projeto.

O torneio aconteceu na arena do Grêmio Esporte Clube, na cidade de Porto Alegre (RS).

Dentro e fora do campo, os jogadores dos oito times que foram montados contaram suas histórias de luta, e os motivos que os levaram para o Brasil.

“Este é um país amado, porque abre o coração para nos acolher com nossas dificuldades. Aqui temos chance” – disse Jean Katumba, líder do evento.

Ele pretende levar a Copa para todas as regiões do País, com uma mensagem por mais inclusão e contra o preconceito.

“Queremos mostrar que refugiados não são criminosos, não deixaram seus países porque cometeram crimes, deixaram para fugir de problemas, de guerras” – completou.

A Copa dos Refugiados foi uma maneira de dar visibilidade às dificuldades enfrentadas por esses estrangeiros que precisam deixar o próprio país para escapar de conflitos.

Assim que chegam ao Brasil, a maioria desconhece o idioma falado, não encontra emprego com facilidade, não tem moradia e nem podem acessar serviços sociais.

Durante a Copa eles puderam esclarecer dúvidas sobre documentação, acesso ao mercado de trabalho e fazer exames médicos. O campeão da 3° Copa dos Refugiados foi o Senegal e o vice-campeão a Colômbia.

Brasil é mais solicitado na América Latina

O Brasil é o país da América Latina mais solicitado por refugiados, tendo recebido mais pedidos de refúgio do que a Austrália e quase a mesma quantidade do Canadá. Atualmente existem 8.400 pessoas refugiadas de 81 países, de acordo com o último levantamento do Comitê Nacional para os Refugiados. A maioria deles é da Síria (23%), seguida por Colômbia, Angola e República Democrática do Congo. O número de solicitação de refúgios ao governo brasileiro aumentou 22 vezes entre 2010 e 2014, de 1.165 para 25.996, de acordo dados do Ministério da Justiça, divulgados em junho.

Por Debora Maia
Twitter: @_maiadebora com informações da agencia ONU

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