A proposta de evitar a pesca com redes de emalhe, próximo aos costões rochosos, vem sendo divulgada junto aos pescadores. O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), comemorou, 26 anos de atuação em Ubatuba (SP).
Para marcar a data, foi promovida uma corrida de canoas com a participação de pescadores parceiros na conservação das tartarugas marinhas. Desde 1990, quando foi implementado, o projeto devolveu ao mar mais de 10.400 tartarugas capturadas incidentalmente na pesca.
A 6ª edição da Corrida de Canoas Amigo Pescador foi realizada em conjunto com a Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart), que também realizou a IV Corrida de Canoas Maria Comprida. O evento ocorreu na Praia do Cruzeiro e contou com apoio da Associação dos Amigos e Remadores da Canoa Caiçara (Aarcca) e a presença de mais de 200 pessoas que também participaram da soltura de tartarugas marinhas reabilitadas.
Após a premiação da corrida, os participantes e seus familiares almoçaram na Fundart. Além de celebrar os aniversário do Tamar e de Ubatuba, o evento marcou o estreitamento da relação com os pescadores parceiros, que, por tantos anos, colaboram com os trabalhos de conservação e pesquisa das tartarugas marinhas em Ubatuba.
Conservação e Pesquisa
A coordenadora do Tamar em Ubatuba, Berenice Gomes, lembrou que o trabalho de conservação e pesquisa direcionado à interação das tartarugas marinhas com a pesca na região foi iniciado há 26 anos com um levantamento que identificou as diversas modalidades de pesca que capturam tartarugas incidentalmente no município.
Pouco a pouco, foi estabelecida parceria com os pescadores artesanais no município que voluntariamente passaram a informar o Tamar sobre as capturas de tartarugas e sobre o funcionamento das pescarias.
Com as informações coletadas sobre tartarugas mortas em redes de emalhe foi possível identificar e conhecer o funcionamento desta pescaria que causa a maior mortalidade no município e estudar formas de reduzir as capturas das tartarugas.
A proposta de evitar a pesca com redes de emalhe, durante o dia, próximo aos costões rochosos, vem sendo divulgada junto aos pescadores e tem sido bem aceita por eles, demonstrando ser uma prática efetiva para reduzir a mortalidade de tartarugas sem prejudicar a atividade pesqueira.
Educação Ambiental
Mais de 2 milhões de visitantes, entre moradores locais, estudantes e turistas, já tiveram a oportunidade de conhecer de perto as tartarugas marinhas e aprender sobre a biologia das espécies, sobre as atividades humanas que as ameaçam e como ajudar a protegê-las.
Mais de 2.000 universitários, entre estudantes de biologia, oceanografia, veterinária e outros cursos das áreas de ciências naturais, vindos de todos os estados e de outros países, tiveram no Tamar Ubatuba sua primeira oportunidade de estágio, dando os primeiros passos em suas carreiras profissionais voltadas à proteção da fauna e do meio ambiente.
Fonte: ICMBio