De Érico Veríssimo a Caio Fernando Abreu, de Moacyr Scliar a Fabrício Carpinejar – quando se trata da vida literária, Porto Alegre é notória tanto pelos escritores consagrados quanto pelas novas gerações que sustentam e renovam a cultura das letras. A última década tem mostrado também nomes da nova geração, como Daniel Galera, Carol Bensimon e Michel Laub — escritores que cruzaram a fronteira do Estado e do país e são, em alguns casos, presença em importantes premiações nacionais. A escritora e doutora em Literatura, que abocanhou o Prêmio Jabuti em 2016 com o livro de contos Amora apontou lugares em Porto Alegre onde se respira literatura, das maneiras mais diretas até as mais sutis. Em suas dicas, ela nos traz outro convite: o de entrar nesse campo entre a realidade e a ficção que a literatura traz, fazendo com que os lugares, as pessoas, as memórias ganhem novas cores e significados. Leve seu livro preferido, prepare-se para tirar fotos e não esqueça um app para anotações. Pode ser que, enquanto você se reconecta com Porto Alegre, surja uma nova história.
“Há uma Aldeia na rua Santana, no bairro Farroupilha, e, dentro dela, há uma Baleia. A Aldeia oferece cursos, oficinas, bate-papos, lançamentos, bons e maus conselhos artístico-literários, vale a pena conhecer.
Na Vasco da Gama, no bairro do Bom Fim, se concentra ainda a aura e alma da Palavraria, local importantíssimo para a memória da literatura da cidade, onde muitos escritores se encontraram, fofocaram, brigaram, onde nasceram ideias para livros e filmes, entre outras coisas.
Viaduto Otávio Rocha ou Viaduto da Borges, lugar singular e multifacetado. Concentra tudo: riqueza, pobreza, charme, decadência, hipsters, hippies, andarilhas, estrangeiros, cervejeiras, poetas, ficcionistas, críticos literários, performers, duas vistas de Porto Alegre, a baixa e a elevada. Ali se concentram bares, restaurantes, sebos, tutti, tudo, as quatro estações, o pensar a vida e a morte. Ali se inscrevem histórias.
O rio Guaíba é um Referente indefinível, um elemento complexo da cidade. Citado em muitos livros de ficção, é pela presença do Rio Guaíba e suas águas multicores que a paisagem exerce seu fascínio sobre os habitantes. O Guaíba traz visões, críticas, transbordamentos, ele traz dimensões importantes do humano e do urbano.
No 7º andar da biblioteca da PUCRS, no bairro Partenon, há um oráculo! Lá, no Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural —, você encontra preciosidades das Letras (e de outras áreas também)! Manuscritos, datiloscritos, originais de livros, cadernetas de anotações, fotografias e até objetos pessoais de grandes escritores e escritoras que já passaram por esta cidade. Destaque para a coleção de fitas cassete de Caio Fernando Abreu.
Fonte: www.viagemeturismo.abril.com.br, por Natalia B. Polesso