Muitas vezes é bom nós começarmos a ler um livro sem esperar nada dele e foi exatamente assim que comecei Mistério em Chalk Hill de Susanne Goga, lançamento da Editora Jangada. Levando em conta que eu adoro histórias que se passam em outras épocas, principalmente quando se trata da época vitoriana, Susanne Goga me surpreendeu e muito. A autora nos leva a conhecer um mistério que é dosadamente distribuído em suas 424 páginas, sem nos deixar entediados em nenhum momento sequer.
Susanne, além de nos embrenhar nesse belo mistério, também nos apresenta algumas referências durante a narrativa, onde podemos encontrar um certo detetive que ainda não era famoso, mas já estava começando a entusiasmar os leitores ingleses e também uma certa autora de terror clássico que envolve uma certa criatura, porém já falecida e famosa na época em que ocorre toda a trama. Susanne, magistralmente, separa as narrações entre os personagens principais onde cada um tem seus problemas pessoais a resolver. O foco principal, sem dúvida é o da visão de Charlotte Pauly que é dividida com o crítico teatral, literário e jornalista, Tom Ashdown, que tem seus próprios demônios que o atormentam também. A química entre os dois personagens é muito boa e quando se juntam para descobrir o que ocorre realmente em Chalk Hill, demonstram uma cumplicidade bastante verossímil e gostosa de se ver em uma história tão bem escrita como essa. Não posso dizer que Mistério em Chalk Hill é uma novidade em termos de enredo, mas posso dizer com toda a certeza que é uma história muito bem escrita, dosada e que te prende desde as primeiras linhas até o último parágrafo escrito pela autora. É muito bacana como a autora nos faz gostar de todos os personagens ao longo da história. Mesmo aqueles que merecem desprezo, acabam por encontrar seu lugar em nossos corações de leitores. Acho esse tipo de façanha uma das coisas mais difíceis de se fazer quando se escreve um livro, mas Susanne Goga conseguiu.
Mistério em Chalk Hill é um livro para quem gosta de histórias bem contadas, de época, com personagens muito cativantes, bem construídos e praticamente impossíveis de se largar antes do final.
Jeffa Koontz
Crítico Literário
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