Um estado dividido entre as cores azul e vermelha. Assim começa o Festival de Parintins.
O maior espetáculo de ópera a céu aberto da América Latina e o maior de folclore no mundo, com uma mistura de vestimentas, alegria e a cultura da região Norte do Brasil.
São três dias de disputa entre os bois Caprichoso, de cor azul, e o Garantido, de cor vermelha, no Bumbódromo, estádio onde acontece o evento. Rituais indígenas, lendas e costumes da população ribeirinha se unem ao conceito de preservação ambiental para levar ao palco um grandioso espetáculo cheio de encenações e cores.
Narrando uma história em forma de toadas, um tipo de canção com rimas, os bois vão preenchendo os 21 quesitos da apresentação em busca da maior nota. A torcida também é avaliada e deve animar a apresentação do seu boi e ficar em absoluto silêncio na apresentação do contrário, nome dado ao boi opositor.
O Bumba Meu Boi é uma dança do folclore brasileiro, registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural do País. Trata-se de festa típica, que retrata a lenda da morte e ressurreição de um boi, misturando personagens humanos e animais. Por todo o Norte e Nordeste, ele é reverenciado e incorpora temas, formas, ritmos, instrumentos e nomes diversos.
Característico do Maranhão, o Bumba Meu Boi chegou ao estado de Amazonas sob a alcunha de “Boi-Bumbá”. É no Festival Folclórico de Parintins que ele é conhecido por turistas todos anos. O evento, realizado desde 1965 no município amazonense de mesmo nome, ocorre sempre no último fim de semana do mês de junho. São três noites de apresentação a céu aberto, sendo o auge do espetáculo a disputa entre os alegóricos Boi Garantido (vermelho) e o Boi Caprichoso (azul). O gênero que embala a festa é a toada.
No Bumbódromo, como é chamado o local do tradicional cortejo, Garantido e Caprichoso inserem-se nas lendas, nos costumes dos ribeirinhos e nos rituais indígenas para divulgar a cultura local. Desde 1968, eles realizam acirrada disputa entre si (a cidade fica completamente dividida), com títulos alternados para cada lado e dois empates. Com o passar dos anos, o Festival Folclórico de Parintins passou a receber repercussão mais ampla junto à mídia, chegando a ser transmitido pela televisão.
Parintins é um município localizado próximo a Manaus e faz fronteira com o estado do Pará, na Região Amazônica. É o segundo mais populoso do Amazonas. Em 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou que a população local se aproximava a 112 mil habitantes. Além de transporte aéreo, os moradores utilizam a via fluvial para chegar lá.
Catedral de Parintins
A Catedral de Parintins, no Estado do Amazonas, foi inaugurada em 1981 após longa campanha de arrecadação de fundos para a sua construção. Essa campanha deu vida à segunda maior festa folclórica do Brasil, o Festival Folclórico de Parintins, realizado pela primeira vez em 1966 com o objetivo de conseguir recursos para a obra.
A Catedral homenageia Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade, fazendo com que a igreja seja muito amada pelos fiéis católicos de Parintins. Sua fachada é toda revestida em ladrilhos e possui uma torre de 42m de altura, onde a imagem de Nossa Senhora vigia a cidade e o rio Amazonas.
Do lado de dentro, a imagem de Nossa Senhora do Carmo chama atenção sobre o belíssimo altar de mármore, à frente do vitral, ambos trazidos da Itália. O acervo de pinturas, de autoria do Irmão Miguel de Pascale, é muito rico. Você poderá admirar as várias imagens ao longo da igreja com tema de santos, evangelistas, parábolas, santuários brasileiros e passagens bíblicas.
Dica: Suba na torre e tenha uma bela visão panorâmica de Parintins.
Complexo de Esporte & Lazer Cantagalo
O Complexo de Esporte e Lazer Cantagalo, também conhecido como Balneário Cantagalo, fica na comunidade do Aninga, em Parintins, e é uma ótima opção de passeio para fazer com a família e amigos.
O local simples e aconchegante é o único balneário da Ilha. Ali, você fica rodeado pela natureza e ainda pode aproveitar as refrescantes águas do rio para nadar e relaxar com a paisagem.
Em uma área de quase 10 mil m², o Balneário Cantagalo oferece estrutura de píer de madeira, bares com petiscos e drinques, chuveiros, banheiros públicos, três quadras de areia para futebol e vôlei, palco para shows e bosque para acampamentos.
Durante a época do Festival Folclórico de Parintins, em junho, o espaço conta com shows de toadas (canções cujas letras exaltam um tema específico) dos bois Caprichoso e Garantido (símbolos do Festival), atraindo diversos visitantes que vão em busca de relaxar em meio a um belo cenário natural.
Calçadão do Porto
Passear pelo Calçadão do Porto é uma experiência deliciosa e que aproxima você do povo e da cultura de Parintins. A orla é urbanizada e concentra a maior parte de bares e restaurantes locais.
No Calçadão, você pode tomar uma bebida gelada, como suco de frutas nativas, ou conhecer a gastronomia local, que tem pratos como bodó no tucupi (peixe local mais popular cozido em um caldo extraído da raiz da mandioca brava), caldeirada (ensopado à base de peixe), bolinhos de piracuí (uma espécie de farinha de peixe) e tacacá (sopa com tucupi, camarão seco, goma de mandioca e folhas de jambu).
Do Calçadão também é possível contemplar o belíssimo pôr do Sol de Parintins e sentir o sopro de brisa que vem do rio Amazonas. Além da beleza natural, o lugar também é ponto de encontro para boas conversas. Aproveite e conheça os simpáticos moradores da região.
Durante o Festival Folclórico de Parintins, o local fica ainda mais movimentado e vira palco de shows com muita música e atrações do Norte do Brasil.
Aprecie o pôr do Sol de Parintins às margens do rio Amazonas.
Mercado Municipal de Parintins
O Mercado Municipal é atração obrigatória para quem visita Parintins. Erguido no século XIX às margens do rio Amazonas, o lugar é de uma simplicidade única que representa muito bem a cultura local.
Lá é possível encontrar bancas de frutas e legumes, ervas naturais que são usadas no tratamento de doenças, além de artesanatos tradicionais (como miniaturas de boi) e indígenas, confeccionados com raízes de árvores e matérias-primas naturais (como colares de sementes).
O Mercado é um local perfeito para se deliciar com iguarias tradicionais e experimentar o farto café regional, ótima pedida para degustar sabores amazônicos. São mais de dez quiosques em que é possível comer bolinho de crueira (feito com a massa esfarelada da mandioca) e tapiocas recheadas de banana frita, queijo coalho e tucumã (fruto de uma palmeira amazônica).
Não deixe também de provar o simples e saboroso x-caboquinho, um sanduíche de pão francês com tucumã e queijo coalho, típico das cidades da região Norte do Brasil. Experimente a tradicional tapioca de tucumã.
Serra da Valéria
Na divisa entre o Estado do Amazonas e do Pará, na região mais alta de Parintins, está a encantadora Serra da Valéria. De frente para o rio Amazonas e dentro do lago da Valéria, a Serra fica a 15 km de barco de Parintins e é uma pequena formação de cerca de 152m de altura, circundada por uma exuberante vegetação.
A Serra da Valéria ficou mundialmente famosa pela presença local de vestígios arqueológicos indígenas, que apareceram devido à erosão. Alguns artefatos ficam expostos a céu aberto, outros podem ser vistos em um pequeno e simples museu construído no local.
A comunidade da região é simpática e receptiva. Mesmo não entendendo outros idiomas, é com gestos e sorrisos que se comunicam com os visitantes. Lá você também encontra um grande número de artesãos e ceramistas que produzem artesanato em madeira e com sementes de plantas nativas. Eles fazem miniaturas de barcos e canoas, além de quadros e bijuterias.
Um passeio que promete belas recordações.