Apenas um ano após sua publicação na França, “Esperando Bojangles” foi contemplado com diversos prêmios literários, alcançou a marca de 300 mil exemplares vendidos e teve seus direitos de tradução negociados para 29 países. Diante do olhar maravilhado do filho, eles dançam ao som de “Mr. Bojangles” na voz de Nina Simone. O amor que os une é mágico, vertiginoso, uma festa eterna. Na casa deles só cabem o prazer, a fantasia e os amigos. Quem dá o tom, quem comanda toda essa dança é a mãe, qual um fogo-fátuo imprevisível e extravagante. Foi ela que adotou o novo membro da família, Mademoiselle Supérflua, um pássaro grande e exótico que perambula pelo apartamento, bica os convidados e usa coleira de pérolas. É a mãe que os arrasta o tempo todo para um turbilhão de poesia e quimeras. Um dia, porém, ela vai longe demais. E pai e filho farão tudo para que a festa continue. Nunca um louco amor traduziu tão bem a história dessa família.

Esperando Bojangles é um daqueles livros que te surpreendem de uma forma bastante positiva. Com uma escrita leve, Olivier Bourdeaut, nos leva a uma viagem bastante divertida ao nos contar a história dessa nada típica família parisiense.

Apesar de os conhecermos pela visão do filho do casal, os que traz uma narrativa um pouco mais romanceada e leve, também temos a oportunidade de descobrirmos como foi que o casal se conheceu através da visão do patriarca da família. Como o próprio filho começa dizendo, a liga que uniu seus pais foi justamente a dança e a música, mais precisamente, Esperando Bojangles na voz da eterna e espetacular Nina Simone.

Na verdade, Olivier conseguiu, com uma história até certo ponto, bastante divertida, nos mostrar algumas facetas de uma certa doença, sem precisar e nem necessitar, se aprofundar com termos técnicos e até mesmo enfadonhos.

Esperando Bojangles de Olivier Bourdeaut, vai agradar àqueles que gostam de uma leitura leve, divertida e que tem uma visão singular de uma determinada anormalidade humana (que me perdoem os leitores, não irei dizer qual é). O que posso dizer é que esse livro me cativou e foi uma grata surpresa no final das contas.

Também foi abridor de torneiras em um hospital, faz-tudo numa editora de livros escolares – o cúmulo! – e apanhador de flor de sal de Guérande, no Croisic, entre outras coisas. Sempre quis escrever, e Esperando Bojangles é a primeira man-festação desse desejo.

Jeffa Koontz
Crítico Literário
www.sagaliteraria.com.br

JEFFA KOONTZ

By JEFFA KOONTZ

Aprendiz da vida, leitor compulsivo, cinéfilo, "sériefilo", colecionador, músico, resenhista e crítico literário.

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