Pelo 33º ano consecutivo, o domingo que antecede o feriado do dia do trabalho nos Estados Unidos será completamente verde-amarelo. Parte da 6ª Avenida e da Rua 46 (Little Brazil) serão fechadas para a realização da maior festa brasileira fora do Brasil, o BR Day NY. Esta é uma festa que celebra a Independência do Brasil e a cultura brasileira, principalmente através da música. Durante mais de três décadas de comemorações, o BR Day NY traz bandas e cantores em evidência no Brasil para tocar e cantar no coração de Nova York para os brasileiros saudosos de casa e estrangeiros admiradores do País.
Este ano, o BR Day NY apresenta a cantora baiana Claudia Leitte, a dupla sertaneja Marcos & Belutti e o grupo de pagode Sorriso Maroto. Em entrevista exclusiva para o The Brasilians, as três atrações falam sobre as expectativas para o show, o que estão preparando para apresentar e sobre o sucesso das suas carreiras. O BR Day NY acontece no dia 3 de setembro, a partir das 11 horas, na 6ª Avenida (o palco é montado na altura da Rua 43). O evento é gratuito. Para mais informações, visite: www.brazilianday.com.
A simpatia de Marcos & Belutti
The Brasilians: A dupla já se apresentou nos Estados Unidos anteriormente, mas nunca no BR Day NY. Quais são as suas expectativas para o show?
Marcos : As nossas expectativas são as melhores possíveis. Sempre que a gente sai do Brasil para tocar, ficamos muito felizes em saber que os brasileiros que estão longe da gente também curtem o nosso trabalho, assim como os fãs que moram no Brasil. Nós já assistimos alguns artistas tocando no BR Day NY e poder fazer parte dessa festa era uma vontade muito grande nossa. De poder representar o Brasil nesse evento que é o maior de música brasileira dos Estados Unidos. Por isso, ficamos muito felizes por termos sido convidados para participar do BR Day NY e estamos indo com o coração aberto com a nossa nova turnê “Acredite”, que tem tudo a ver com o sentimento que o brasileiro que mora nos Estados Unidos carrega, que é o de acreditar no futuro e de buscar uma vida melhor, onde quer que seja.
TB: Que tipo de show vocês irão trazer para o palco do BR Day NY?
M: Estamos preparando um show bem animado. Muita gente que conhece as nossas músicas, como “Domingo de manhã”, “Eu era” e “Romântico anônimo”, às vezes imagina que o nosso show tem apenas hits românticos. É claro que o ponto alto do show são as músicas românticas, mas 70% do show é também agitado, para fazer a galera dançar, pular e se divertir. E é esse show que estamos levando para o BR Day, pra todo mundo curtir e guardar na memória por muito tempo. Tenho certeza que será memorável!
TB: Na música sertaneja a concorrência é muito grande, qual o segredo para estar sempre no topo das paradas?
M: O segredo para estar sempre no topo é principalmente fazer um bom CD e entregar para o público as melhores músicas. Nós tomamos muito cuidado quando fazemos um novo trabalho, para que ele realmente seja bom, do começo ao fim. Também, sempre que lançamos uma nova música e que apresentamos um projeto novo, nos empenhamos para fazer a melhor divulgação possível, seja na rádio ou na internet, para que o máximo de pessoas possa conhecer e curtir a nossa música. Então resumindo, é preciso muito trabalho e respeito pelo público, que é o maior bem do artista e para quem devemos sempre dar o nosso melhor.
TB: Vocês curtem outros estilos musicais? Quem serve de inspiração para o trabalho de vocês?
M: A gente curte diversos estilos musicais. É claro que gostamos muito de sertanejo, mas também temos outras influências. A principal delas, tanto para mim quanto para o Belutti, é o Roupa Nova, que nós dois gostamos demais. Muito do nosso som tem influências do que escutamos ao longo de nossas vidas. E o Roupa Nova faz parte disso. De outros países, o Belutti gosta muito do Luiz Miguel, nós dois gostamos muito de Bon Jovi e do Marco Bublé. Eu sou apaixonado pelo Michael Jackson. Gosto muito do som dele e de outras bandas também. No Brasil, também curto muito o Charlie Brown Jr., que não tem nada a ver com sertanejo. Não é porque cantamos sertanejo que a gente só escute um estilo musical. Somos influenciados por diversos estilos e bandas.
TB: O sertanejo virou “pop”, ou seja, caiu no gosto popular e, pelo menos no palco do BR Day NY, não pode ficar de fora. A que vocês atribuem essa popularidade?
M: Acredito que seja uma mistura de fatores que fazem do sertanejo um estilo tão forte. A união dos artistas do gênero é uma delas. Participamos juntos de diferentes projetos. Nos shows, um artista canta a música do outro. Essa união é muito importante. Tem também a questão do estilo sertanejo ir se modificando a cada ano. Hoje em dia, vejo isso acontecer a cada mês! São influências do pop mundial e de outros estilos. Trazemos isso para o nosso som e transformamos o nosso sertanejo, com a introdução da sanfona, do violão e ritmos como o Vanera, que são extremamente sertanejos. Acho que essas mudanças são o que fazem com que a música sertaneja continue sempre sendo novidade. É nisso que sempre apostamos.
A potência de Claudia Leitte
The Brasilians: Você participou do BR Day NY em 2006 quando fazia parte do Babado Novo. O que lembra dessa experiência?
Claudia Leitte: Me lembro da roupa que usei no show e que foi também
durante o BR Day NY que estreei o meu violão azul! Não esqueço a emoção que foi poder cantar para o grande público, quando mais de um milhão de pessoas lotaram a avenida. Também foi muito especial cantar em Nova York pela primeira vez. Foi incrível! As pessoas estavam emocionadas e eu também. Foi um momento de muito amor, me lembro muito disso.
TB: E o que espera para este ano?
CL: Eu espero que tudo dê muito certo! Tenho um planejamento para o carnaval de 2018 e espero que tudo aconteça exatamente como estamos planejando, ou que seja ainda melhor.
TB: O que você vai trazer de novidades para o BR Day NY deste ano?
CL: Estarei levando o meu mais novo show “Claudia 10”, turnê que conta a minha história em dez anos de carreira solo.
TB: Você tem um carreira internacional e já fez shows em diversos países. O que diferencia o público do BR Day NY dos outros?
CL: O público do BR Day NY se reúne em Nova York porque está com muita saudade do nosso país. Isso é fato. Eles não estão simplesmente indo para um show ou uma festa como acontece em eventos em outros países. O BR Day NY tem uma energia incomparável pois traz uma mistura de saudade com a energia que o brasileiro tem.
TB: Ao se dividir entre o Brasil e Los Angeles, você também é uma imigrante. Como está sendo a sua vida nos Estados Unidos? Você consegue andar nas ruas sem precisar tirar um selfie?
CL: Às vezes faço selfies sim porque o brasileiro está em todos os lugares do mundo! Mas confesso que estou sentindo um pouco a falta disso. Quando ando na rua aqui eu penso, “que coisa mais estranha!”, mas aí de repente aparece um brasileiro querendo falar e tirar foto e isso é muito bom também. Mas estou muito feliz de poder estar dividindo o meu tempo entre os dois países. Eu vou e volto toda hora. No início foi cansativo, mas com o tempo eu fui me acostumando. Trabalhar fora tem sido muito inspirador e tem me trazido muita influência positiva para o que estou construindo no Brasil e no exterior.
A alegria do Sorriso Maroto
The Brasilians: Esta será a primeira vez do Sorriso Maroto no palco do BR Day NY. O grupo está ansioso para o show?
Bruno Cardoso: É uma realização tocar nessa festa. O BR Day NY é o principal evento brasileiro fora do país. Além da emoção de cantar pra milhares de pessoas em plena Nova York, rola uma mistura de sensações que são super interessantes. Vamos estar com um público muito saudoso da música brasileira, do povo brasileiro e do próprio Sorriso… ao mesmo tempo o publico irá encontrar o Sorriso louco pra fazer eles saciarem essa saudade através do som que faremos com eles. É a química perfeita para um dia inesquecível.
TB: O que o grupo está programando apresentar no BR Day NY?
BC: Vamos apresentar um apanhando desses quase 20 anos de carreira do Sorriso. Vai ser o “filé” do nosso repertório. Faremos a festa com “Assim você mata o papai” e também vamos botar a galera para dançar juntinho ao som de “Futuro prometido”, “Me olha nos olhos”, “Não tem perdão” e muitas outras. Estamos preparando grandes surpresas para esse show
TB: Em 2016, o grupo emplacou três músicas entre as mais tocadas nas rádios, o que está por trás do sucesso do Sorriso Maroto?
BC: É difícil exemplificar. Acreditamos no resultado de um trabalho em equipe. Trabalho que começa lá no processo autoral, que entra na gravação do disco e termina na rádio e no show. Essa etapa final é o público quem faz ou não acontecer. Somos gratos a todos que fizeram essas músicas acontecerem pelo nosso país e pelo mundo a fora. Obrigado a todos que nos levaram a lugares que jamais imaginamos chegar.
TB: O Sorriso já gravou com artistas de diferentes estilos, como Wesley Safadão e Roupa Nova. Quais são as influências do grupo na hora de compor e produzir os seus álbuns?
BC: O Sorriso é uma banda de cabeça aberta. Somos constantemente influenciados por tudo que vemos e ouvimos. E isso acaba refletindo no nosso trabalho. As participações desse disco retratam bem a nossa forma de pensar e de fazer música. Quando trabalhamos com um artista de um gênero diferente não pensamos nas diferenças musicais do estilo a que pertencemos. Acreditamos que, no idioma musical, tudo pode. A língua das notas musicais, melodias e acordes não pode ser separada por gêneros. Por isso a gente junta tudo e põe na nossa forma de fazer música e samba. Sempre em busca de uma nova combinação, talvez um novo DNA.
TB: Como é levar o pagode, um ritmo típico do Rio de Janeiro, para um show com público do Brasil inteiro e também de outras nacionalidades?
BC: Vai ser uma experiência incrível. Até porque o samba é do Brasil, é nosso. Acredito que Sorriso terá uma recepção incrível do público brasileiro. E digo mais: Até quem não é de sambar, sambará. Pode apostar!