Muito apropriado neste verão falarmos de Sol e câncer de pele. Também sabemos que um pouco de exposição ao Sol permite ativar ao nível da pele a famosa Vitamina D. Na verdade, expôr ao Sol o antebraço por vinte minutos três vezes por semana bastam para ativar a Vitamina D e é saudável.
Expor-se aos raios solares em demasia é sa-bidamente um risco para vários tipos de câncer de pele. Sem falar de rugas e ter a pele murcha e envelhecida com os danos que os raios UV (ultravioleta) causam na pele.
Os tipos de câncer de pele variam de ruim para muito ruim, de invasivos e destrutivos para progressivamente destrutivos. Muitos tipos de câncer de pele são curáveis especialmente se diagnosticados em tempo.
Raios UV não são oriundos somente do Sol. Os leitos de bronzear ou “tanning salons” emitem estes temidos raios UV e não são recomendados.
Países onde o Sol bate o dia todo tipo alguns Estados do Brasil, Austrália e outros países, são especialmente atingidos por números muito elevados de câncer de pele. É tão comum que as estatísticas se perdem. Os médicos curam este tipo de câncer mas não notificam as autoridades sanitárias e as estatísticas não são rigi-damente calculadas.
Carcinoma de célula basal é um tipo muito comum de câncer de pele, aparece na camada basal da epiderme. Apesar destes tumores terem um potencial baixo de metastase (espalhar), podem ser invasivos localmente e podem ser destrutivos na pele e as estruturas vizinhas.
Câncer de célula basal é o mais comum de pessoas brancas e sua incidência sobe no mundo todo. Câncer de célula basal é associado com exposição aos raios UV especialmente durante a infância. A maioria dos outros fatores de risco age através de uma interação com a exposição aos raios UV. Uns 70% dos casos deste tipo de câncer atinge o rosto e a cabeça. A apresentação mais comum deste câncer basilar é nodular e superficial que representam 90% dos casos.
Biópsias são importantes para determinar o subtipo celular do câncer. Especialmente quando há dúvida no diagnóstico como quando não há história familiar de câncer de pele, a lesão exibe um aspecto típico de recorrência ou quando o tumor é atípico.
Uma vez que o diagnóstico é estabelecido, o tratamento adequado oferece uma alta probabilidade de cura apesar do paciente estar num maior risco para desenvolver outras malignidades de pele.
Outro tipo de câncer de pele é o cancer celular escamoso (squamous). Também ligado a exposição aos raios UV. Este tipo de câncer de pele pode se desenvolver em qualquer superfície cutânea incluindo cabeça e pescoço (55%), torso, extremidades, mucosa oral, na pele entre as unhas, e áreas anogenitais. Em pessoas de pele clara, este câncer aparece em áreas mais expostas ao Sol. Envolvimento do câncer em partes da pele menos expostas ao Sol é mais comum em pessoas de pele escura.
Habitualmente o câncer de pele escamoso se manifesta com pápulas eritematosas (elevações da pele avermelhadas), placas ou nódulos. Ulceração ou hiperpigmentação também é comum. O câncer escamosos pode aparecer em feridas crônicas, inflamação crônica ou áreas de cicatrização. Ulceras que não saram ou nódulos nestas areas podem ser sinais de câncer escamoso.
A biópsia é sempre necessária para confirmar o diagnóstico.
Keratose actinica ou manchas provocadas pelo Sol podem parecer câncer escamoso. Lesões dolorosas ou que contenham uma substância devem também ser investigadas com biópsia.
Outro tipo de câncer de pele é o temido melanoma. Existem quatro tipos diferentes de melanoma, superficial invasivo melanoma, lentigo maligno melanoma, acral lentiginous melanoma e melanoma nodular. Outras variantes menos comuns existem tipo amelanotic melanoma, spitzoid melanoma e melanoma desmoplásico. A espessura do tumor é a chave do prognóstico (sucesso ou insucesso no tratamento) para pacientes com melanoma. Pacientes com tumores de menos de 1 mm de espessura tem 10 anos de sobrevida de 92% enquanto que os pacientes com tumores de espessura maior que 4mm tem uma sobrevida de 10 anos reduzida a 50%.
História familiar ou pessoal de melanoma, hábitos de se expor ao Sol e histórico de queimaduras solares, presença de pele clara, lesões de pele (nevus) são importantes aspectos no diagnóstico e avaliação de melanoma. Sinais iniciais de melanoma incluem assimetria da lesão, bordos irregulares, cores variadas, diâmetro de mais de 6 mm e uma mudança recente de tamanho ou aparecimento de uma nova mancha de pele particularmente em adultos. Uma lesão de pele que parece diferente das outras que tiver, que parece a mais feia de todas as que você tem pode ser um melanoma e merece ser visto por seu médico.
Novas tecnologias de imagens incluindo dermatoscopia, microscopia confocal e imagens multiespectrais são recentes desenvolvimentos para um reconhecimento precoce de melanoma. Nem todos os dermatologistas tem estas modalidades técnicas mas a maioria dos médicos sabe diferenciar um melanoma de outra lesão de pele. Uma biópsia ampla incluindo a espessura total da lesão com margens de 1 a 3 mm de pele normal ao redor da lesão é importante além de alguma gordura subcutânea se for possível. O diagnóstico definitivo de melanoma é histopatologico (microscópico) incluindo corantes inmunohistoquimicos nos casos duvidosos.
O médico generalista que identifica uma lesão suspeita de ser um melanoma deve referir para um dermatologista que tenha outras modalidades diagnósticas incluindo dermoscopio e avaliar se uma biópsia é necessária.
Uma mudança numa antiga lesão de pele ou uma nova e persistente lesão de pele especialmente se pigmentada e crescendo de tamanho ou ulcerado (sangrando) são as maiores indicações para referir ao especialista. Outras indicações são quando a lesão tem três cores diferentes, assimétricas, coça ou sangra, uma lesão pigmentada na unha particularmente se associada com dano da placa de crescimento da unha e qualquer lesão que nasce sob a unha deve levantar suspeita de malignidade.