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A diretora, editora e produtora brasileira de documentários Flávia Fontes faleceu de câncer no domingo, dia 17 de abril, aos 60 anos. Ela produzia documentários há mais de 20 anos e teve seu trabalho como editora e diretora transmitido pela HBO, PBS, BBC, Discovery Channel, Festival de Cinema de Berlim, MoMA e Festival de Cinema de Sundance.

Nascida no dia 8 de fevereiro de 1961, em Belo Horizonte, Flávia se mudou para a cidade de Nova York para cursar o Hunter College e a New York University. Em 1995 dirigiu, produziu e editou seu primeiro documentário Living with Chimpanzees: Portrait of a Family, filme sobre um casal que adota dois chimpanzés e como eles funcionam como uma família, vencedor do Prêmio Communicator Award for Excellence in Documentary. O filme foi exibido no Museu de Arte Moderna e transmitido na Nippon Television no Japão, no canal Discovery no Canadá e em mais de 20 países em todo o mundo.

Em 1999, dirigiu o curta-metragem de ficção My Father, The Clown, drama sobre um artista de rua que se perde em fantasias de amor. O filme recebeu menção honrosa no Columbus International Film and Video Festival e foi exibido no Dance on Film Series do Lincoln Center.

Dois anos depois, Flávia dirigiu, produziu e editou Forbidden Wedding / Casamento Proibido (2001), documentário sobre um homem paraplégico no Brasil proibido pela Igreja Católica de se casar por ser sexualmente impotente. O filme estreou no Margaret Mead Film and Video Festival de 2001 e foi exibido em mais de 20 festivais de cinema nos Estados Unidos, Europa e América do Sul, e também foi transmitido no Sundance Channel em 2005.

Forbidden Wedding ganhou prêmio de excelência na Bienal BRASA Film Festival no Brasil, uma Menção Honrosa no Philadelphia International Film Festival e o prêmio de Melhor Documentário no Projections International Film Festival, em Toronto. Ela recebeu o prêmio Someone to Watch do CineWomen, 2004. Outros créditos de direção incluem o curta Ana, Where Are You? (2014) e Talking Sticks (2016, co-dirigido com Marcelo Pontes).

A diretora também editou vários filmes, incluindo White Horse, que estreou no Festival de Cinema de Berlim e transmitido pela HBO e exibido no Cinema du Réel em Paris, e Terror at Home: Domestic Violence in America, que foi transmitido pela Lifetime Television, ambos os filmes dirigidos por a diretora vencedora do Oscar, Maryann DeLeo.

Outros créditos de edição include Mothers and Daughters: Mirrors that Bind (2002) Forgetting Aphrodite (2004), Making Waves (2011), To Be a Miss (2016) e We Breathe Again (2017).

Também atuou como produtora associada do premiado filme Chico Mendes: A Voz da Amazônia (1989), que foi ao ar na TBS e na TNT, e conquistou diversos prêmios, entre eles o Outstanding Achievement Award (National Educational Association), e também ensinou pós-produção e edição de filmes na The New School University por mais de uma década.

Fontes trabalhava em dois projetos de documentário como produtor, diretor e editor: Who’s Afraid of Lynne Stewart? sobre o primeiro advogado nos Estados Unidos acusado de apoiar o terrorismo internacional após 11 de setembro, e Our President: Rafael Correa sobre o polêmico ex-presidente equatoriano.

VIVIANE FAVER
Jornalista
vfaver@gmail.com

VIVIANE FAVER

By VIVIANE FAVER

Jornalista radicada em NYC. Estagiou e trabalhou no Jornal do Commercio por 10 anos na editoria de economia. Mudou-se para NY em 2014, onde começou a colaborar para o jornal The Brasilians, o Extra, O Dia, CNN Style (Londres), New York Beacon, entre outros. Também trabalha com documentários, o mais recente foi o 'Queen of Lapa', que ganhou o prêmio no festival LGBT, NewFest, em NYC, em 2019.

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