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Na última quarta-feira (1º) um voo da Lufthansa saindo do Texas em direção à Alemanha passou por uma severa turbulência que deixou sete pessoas com ferimentos leves, além de todos os passageiros em choque.

O Airbus A330 reportou a turbulência quando sobrevoava o estado do Tennesse 90 minutos após ter decolado do Aeroporto de Austin. Não havia tempestade e o céu estava completamente limpo, quando de repente o avião teve uma queda livre de cerca de mil pés. Passageiros, que estavam jantando, viram pratos e talheres baterem no teto e quebrarem ao bater no chão. Gritos e pavor tomaram conta da aeronave, que precisou fazer um pouso de emergência em Dulles, na Virginia, onde passageiros receberem primeiros socorros ainda dentro do avião e as sete pessoas que tiveram pequenos ferimentos foram levadas para o hospital.

A empresa explicou que uma chamada “turbulência de ar-limpo” afetou a aeronave. Esse tipo de turbulência acontece quando não há tempestades, o céu está claro, mas uma mudança brusca na velocidade do ar provoca a instabilidade.

Turbulência continua sendo uma das principais causas de ferimentos em passageiros e tripulantes de voo, mesmo com o setor aéreo fazendo melhorias constantes para evitar incidentes.

Entre 2009 e 2018, a turbulência foi responsável por 37,6% de todos os acidentes em grandes companhias aéreas comerciais, de acordo com um relatório de 2021 do National Transportation Safety Board (NTSB). A Administração Federal de Aviação divulgou dados no ano passado mostrando 146 lesões graves resultantes de turbulências entre 2009 e 2021.

Em dezembro passado, um voo para Honolulu e outro para Houston deixaram um total de 41 pessoas feridas. Em julho, uma forte turbulência causou pelo menos oito ferimentos leves em um voo para Nashville, Tennessee, que teve de ser desviado para o Alabama. Além disso, três diferentes voos para Detroit, Miami e Columbus, Ohio, resultaram em ferimentos graves em três tripulantes, de acordo com dados do NTSB.

O NTSB disse que mais pode ser feito – tanto na indústria quanto entre os passageiros – para limitar as lesões causadas pela turbulência. E todos concordam que o simples uso do cinto de segurança durante todo o voo reduz significativamente o risco de alguém se machucar.

O que é Turbulência

A turbulência é essencialmente o ar instável que se move de forma não previsível. A maioria das pessoas o associa a fortes tempestades. Mas o tipo mais perigoso é a turbulência de ar-limpo, que geralmente ocorre sem nenhum aviso prévio.

A turbulência de ar-limpo ocorre quando duas enormes massas de ar próximas uma da outra se movem em velocidades diferentes. Se a diferença de velocidade for grande o suficiente, a tensão provoca uma turbulência severa. Um lado da aeronave pode subir e o outro descer ou o avião pode perder ou ganhar altitude bruscamente.

As turbulências estão ficando mais comuns?

Paul D. Williams, professor de ciência atmosférica da Universidade de Reading, na Inglaterra, diz que o aquecimento global está mudando os padrões de temperatura na atmosfera superior. Isso está causando mais instabilidade nas correntes de jato.

Espera-se que a mudança climática piore a turbulência nas próximas décadas, dizem os especialistas, embora melhorias na previsão do tempo ajudem. Então, implicações para os viajantes aéreos ainda não são totalmente conhecidas.

O que pode ser feito?

O NTSB oferece uma longa lista de recomendações para diminuir o número de incidentes causados por turbulências. Entre elas, mais compartilhamento de informações entre pilotos, transportadoras e controladores de tráfego aéreo sobre incidentes climáticos e de turbulência.

Michael Canders, diretor do Centro de Aviação do Farmingdale State College, em Nova York, disse que muitos na indústria já estão compartilhando informações entre si sobre turbulência, enquanto as previsões do tempo também vêm melhorando ao longo dos anos.

Mas ele não está convencido de que algum dia será perfeito.

“Existe uma discussão sobre: ‘A tecnologia vai nos salvar ou precisamos recuar e cuidar melhor da Terra?’”, questiona Canders. “Acho que temos que fazer as duas coisas.”

Canders acrescentou ainda que a melhor forma de evitar lesões por turbulência é manter-se “sentando em seu assento e usando o cinto de segurança”.

Fonte: msn.com

 

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