O primeiro voo militar dos Estados Unidos transportando imigrantes indocumentados para a Baía de Guantánamo foi programado para sair na terça-feira (4), disseram autoridades americanas.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse na terça-feira à Fox Business Network que pelo menos dois voos de deportação estavam “em andamento”, mas não deu mais detalhes.
Mais tarde, a CNN informou que um dos voos tinha “cerca de nove ou 10” pessoas a bordo que foram detidas nos EUA sem documentos de imigração válidos.
O governo Trump pediu para que o Pentágono e o Departamento de Segurança Interna expandam uma unidade de detenção de imigrantes na base militar para abrigar mais de 30 mil pessoas.
Trump tem recorrido cada vez mais aos militares para ajudar a executar sua agenda de imigração, incluindo o envio de tropas adicionais para a fronteira, o uso de aeronaves militares para transportar imigrantes para fora dos Estados Unidos e a abertura de bases militares para ajudar a abrigá-los.
Mas os voos militares são uma forma cara de transportar imigrantes. A Reuters constatou que um voo de deportação militar para a Guatemala na semana passada provavelmente custou pelo menos US$ 4.675 por imigrante.
A Secretária de Segurança Interna Kristi Noem disse que o plano não é manter pessoas em Guantánamo indefinidamente e que a administração seguiria a lei dos EUA.
A base já abriga uma instalação para imigrantes – separada da prisão de alta segurança para suspeitos de terrorismo – que tem sido usada ocasionalmente por décadas, inclusive para manter haitianos e cubanos pegos no mar.
A administração não disse quanto custará expandir Guantánamo, que foi criada em 2002 para deter militantes estrangeiros após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Parceria de El Salvador
A notícia dos primeiros voos, contendo deportados de nacionalidade desconhecida, chega um dia depois de El Salvador ter se oferecido para aceitar receber imigrantes sem documentos de qualquer país — e até mesmo cidadãos americanos encarcerados. O anúncio do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, seguiu uma visita do secretário de estado dos EUA, Marco Rubio.
Rubio elogiou a disposição de El Salvador em aceitar deportados. “Nenhum país jamais fez uma oferta de amizade como essa. [É] o acordo migratório mais extraordinário e sem precedentes em qualquer lugar do mundo”, disse ele.
Os defensores da imigração, enquanto isso, expressaram preocupação sobre a legalidade de deportar aqueles que estão ilegalmente nos EUA para países de onde não são.
“Obviamente, teremos que estudar isso da nossa parte; há obviamente legalidades envolvidas. Temos uma constituição, temos todo tipo de coisa”, disse Rubio na segunda-feira (3).
Fontes: Reuters, CNN e The Guardian