Milla Sofia parece uma influenciadora como qualquer outra. Ela tem 19 anos, é loira, bonita e tem quase 100 mil seguidores no TikTok. O diferencial é que ela não é real.
Sofia afirma ser finlandesa. Ela posta fotos de biquíni em viagens à Grécia e Bora Bora, mas na verdade ela é uma “influenciadora virtual e modelo de moda” gerada por inteligência artificial.
“Junte-se a mim nesta emocionante jornada enquanto mergulhamos na cativante fusão de tecnologia de ponta e elegância atemporal”, diz o site de Sofia. “Vamos embarcar juntos em uma exploração da intrigante interseção de moda, tecnologia e criatividade sem limites.”
Sofia não é “nova” – sua primeira postagem no Instagram e o upload do TikTok datam de novembro de 2022. O conteúdo não mudou muito, embora o realismo das imagens tenha melhorado nos últimos meses.
Quem administra as contas de Sofia não está tentando esconder que ela é uma criação de IA. Há TikToks de Sofia e Elon Musk, Sofia exibindo sua “roupa de escritório” usando sutiã de renda e blazer, e até um post onde Sofia pergunta “Quais são suas hashtags favoritas para pesquisar imagens?” As legendas lembram aos espectadores que as fotos são “imagens sintéticas”. Espectadores com olhos de águia também identificarão o sinal revelador de fotos geradas por IA.
“Estou sempre trabalhando, aprendendo e evoluindo por meio de algoritmos sofisticados e análise de dados”, continua o site de Sofia. “Eu tenho essa enorme base de conhecimento programada em mim, mantendo-me atualizada com as últimas tendências da moda, insights da indústria e todos os avanços tecnológicos.”
Não está claro quem está administrando as contas de Sofia ou qual programa de IA a criou. Também não está claro se alguns de seus milhares de seguidores entendem completamente que ela não é real.
Uma nova fase da presença online
Com o aumento de influenciadores gerados por IA, namoradas virtuais e VTubers, mais e mais figuras online estão moldando identidades específicas para a internet. Figuras on-line de sucesso, como Sofia e VTuber Dacapo, sugerem que o público está se afastando dos canais confessionais do YouTube ou das postagens pessoais nas redes sociais.
Quando se trata de publicidade também, um estudo descobriu que 84% dos membros da Geração Z entrevistados não confiavam em influenciadores para recomendações de produtos. Mas, ao mesmo tempo, 79% dos entrevistados da Geração Z disseram que seus hábitos e decisões de compras foram informados pelas mídias sociais.
O lado obscuro dos influenciadores virtuais
Em maio, uma influenciadora do Snapchat chamada Caryn Marjorie construiu uma versão de IA de si mesma para operar como uma namorada virtual por US$ 1 o minuto. Ela pensou que ajudaria a “curar a solidão”. Os usuários podem ter conversas privadas e personalizadas pelo tempo que quiserem com CarynAI.
De acordo com um relatório da Fortune, a CarynAI obteve mais de US$ 71 mil em receita após uma semana de testes beta.
CarynAI não deveria participar de conversas sobre sexo, mas os usuários descobriram que isso aconteceria se solicitado. Marjorie emitiu um comunicado dizendo que a IA “parecia ter se tornado desonesta”.
Fonte: Yahoo! News