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Água do Rio Sena 

Como não começar com o assunto que causou controvérsia antes mesmo dos jogos começarem. O Rio Sena passou por um processo de despoluição milionário para receber as provas de triatlo e a maratona de natação. Contudo, faltando pouco dias para as olimpíadas começarem, o rio ainda apresentava níveis de poluição não seguros para os atletas devido às chuvas que insistiam em permanecer na cidade. No final da história e depois de muitos testes que garantiram que o rio estava limpo o suficiente, os atletas caíram na água e finalizaram as provas neste cenário icônico de Paris. É claro que teve um ou dois atletas que passaram mal, não completar as suas provas e deixaram no ar se a causa foi mesmo a água suja do Rio Sena.

Boxe Feminino

Sem dúvida, o assunto mais polêmico ficou por conta da definição de gênero no boxe feminino. Duas atletas, a argelina Imane Khelif e Lin Yu-ting, de Taiwan, foram acusadas por adversárias de não serem mulheres. Umas delas, a italiana Angela Carini, desistiu de sua luta contra Khelif argumentando que seria injusto. A polêmica começou na verdade muitos antes das Olimpíadas, quando a Federação Internacional de Boxe deixou essas duas atletas fora das competições femininas, após testes feitos pela entidade mostrarem que ambas possuíam cromossomos XY (que definem o sexo masculino). Esses testes nunca foram comprovados. O Comitê Olímpico repudiou o resultado e disse que as duas nasceram mulheres, têm passaportes com registro feminino, sempre lutaram como mulheres e, por isso, continuariam suas lutas no boxe feminino de Paris. Conclusão, Khelif disputará a final nesta sexta-feira (9).

Gestos proibidos 

Paris avisou que manifestações religiosas ou qualquer gesto que pudesse ofender outras culturas e nacionalidades não seriam tolerados nas Olimpíadas.  Rayssa Leal, um dos grandes fenômenos do skate brasileiro, ganhou a medalha de bronze e comemorou uma de suas manobras fazendo uma sequência de gestos em libras para a câmera. “Jesus é o caminho, a verdade e a vida”, disse ela com as mãos. O gesto é uma citação presente em um livro da Bíblia. A mensagem é proibida pelo Comitê Olímpico Internacional. Os atletas podem sofrer punições por falarem sobre religião ou política, uma vez que a competição envolve diversas nações com aspectos culturais diferentes. Até onde se tornou público, a estratégia de Rayssa deu certo e ela não foi chamada atenção.

Num outro episódio, A treinadora da ginasta húngara Fanni Pigniczki realizou um gesto utilizado por supremacistas brancos durante as apresentações nas classificatórias do individual geral. Noémi Gelle apareceu nas câmeras durante a transmissão dos Jogos com a mão em formato de “OK”, que nos últimos anos passou a ser usado por grupos da extrema direita por formar as letras de WP, sigla para “white power” (poder branco). O comitê olímpico da Hungria disse que foi apenas um sinal de “Ok” e os organizadores das olimpíadas disseram que essa polêmica aconteceu apenas no Brasil. Nenhuma punição foi registrada.

Comida e instalações ruins 

Os atletas olímpicos reclamaram da vila olímpica de Paris dizendo que a comida era de qualidade ruim, pouca e faltando proteínas. O nadador britânico Adam Peaty desabafou afirmando que a alimentação do refeitório estava longe da ideal e revelou que atletas chegaram a encontrar “minhocas” nos peixes que foram servidos no local.

Os atletas reclamaram também das camas, que eram de papelão, uma herança das olimpíadas de Tóquio, e com colchão duro. Repórteres filmaram membros do comitê olímpico dos Estados Unidos carregando colchões comprados separadamente para os seus atletas. Segundo o Comitê Olímpico de Paris toda a estrutura da vila olímpica de Paris foi pensada para ser 100% sustentável.

E as reclamações não pararam por ai. Thomas Ceccon, o campeão olímpico de natação dos 100 metros costas, de origem italiana, optou por dormir em um parque em vez de nas instalações da Vila Olímpica Paris 2024. O motivo, segundo ele mesmo, é o forte calor que faz por lá, denunciando a falta de ar-condicionado.

 

Jogador de vôlei vaiado 

Steven van de Velde, o jogador holandês de vôlei de praia se classificou para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 para representar a sua seleção. A polêmica é que esse homem foi condenado à prisão por estuprar uma menina de 12 anos. Ele cumpriu pena de apenas 4 anos de prisão e o Comitê Olímpico Holandês (NOC) permitiu que ele representasse o país. Ele perdeu ao lado de sua dupla Matthew Immers nas oitavas de final contra o Brasil. Claro, ele foi vaiado pelos espectadores e não ficou na Vila Olímpica.

 

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