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Os Estados Unidos vivenciam um drama sobre se devem aumentar ou suspender o limite da dívida do país. Isto é, o Congresso americano limita a quantidade de dinheiro que o governo federal pode pegar emprestado para pagar suas contas, o “debt limit”. O governo já atingiu esse limite e está prestes a ficar sem dinheiro para pagar as suas contas. Republicanos e democratas no Congresso precisam chegar a um acordo ou muitos americanos serão severamente afetados.

Os republicanos estão exigindo que aumento do limite de empréstimos seja acompanhado de cortes de gastos. Mas o presidente Biden disse que é contra qualquer tentativa de vincular cortes de gastos ao aumento do teto da dívida.

O presidente se reuniu com líderes republicanos e democratas na Casa Branca nesta terça-feira (9) para discutir um caminho a seguir. Mas ainda não está claro com que rapidez os legisladores agirão para aumentar o limite de endividamento do país.

O que você precisa saber sobre o limite de dívida e o que acontece se nenhum acordo for alcançado?

O que é limite da dívida?

O limite da dívida é a quantia máxima que os Estados Unidos estão autorizados a tomar emprestado para cumprir suas obrigações financeiras.

Como o governo federal tem um déficit orçamentário – o que significa que gasta mais do que arrecada com impostos e outras receitas –, ele precisa pedir emprestado grandes somas de dinheiro para pagar suas contas. Essas obrigações incluem financiamento de programas sociais, pagamento de juros sobre a dívida nacional e salários de membros das forças armadas.

Aumentar o limite da dívida não autoriza nenhum novo gasto do governo – na verdade, ele simplesmente permite que os Estados Unidos gastem dinheiro em programas que já foram autorizados pelo Congresso.

Quando o teto da dívida foi atingido?

Os Estados Unidos atingiram oficialmente o teto da dívida em 19 de janeiro, levando o Departamento do Tesouro a usar algumas manobras contábeis, conhecidas como medidas extraordinárias, para continuar pagando as obrigações do governo e evitar um calote. Essas medidas restringem temporariamente alguns investimentos do governo para que as contas continuem sendo pagas.

A capacidade de usar essas medidas para adiar uma inadimplência pode se esgotar em junho. A secretária do Tesouro, Janet L. Yellen, alertou na segunda-feira (8) que os Estados Unidos podem ficar sem dinheiro até 1º de junho se o limite de empréstimos não for aumentado ou suspenso.

Qual é a dívida dos Estados Unidos atualmente?

A dívida nacional ultrapassou US$ 31 trilhões pela primeira vez no ano passado. O limite de empréstimos é de US$ 31,381 trilhões.

Por que os Estados Unidos têm um limite de endividamento?

De acordo com a Constituição, o Congresso deve autorizar os empréstimos do governo. No início do século 20, o limite da dívida foi instituído para que o Tesouro não precisasse pedir permissão ao Congresso toda vez que tivesse que emitir dívida para pagar contas.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Congresso aprovou o Second Liberty Bond Act de 1917 para dar ao Tesouro mais flexibilidade para emitir dívidas e administrar as finanças federais. O limite da dívida começou a tomar sua forma atual em 1939, quando o Congresso consolidou diferentes limites que haviam sido estabelecidos para diferentes tipos de títulos em um único limite de endividamento. Na época, o limite era de US$ 45 bilhões.

Embora o limite da dívida tenha sido criado para um melhor controle, muitos formuladores de políticas acreditam que isso se tornou mais problemático do que vale a pena.

O que acontece se o teto da dívida não for elevado ou suspenso?

Se o governo esgotar suas medidas extraordinárias e ficar sem caixa, não poderá emitir novas dívidas. Isso significa que não terá dinheiro suficiente para pagar suas contas, incluindo juros e outros pagamentos devidos aos detentores de títulos, salários de militares e benefícios dos aposentados.

Ninguém sabe exatamente o que acontecerá se os Estados Unidos chegarem a esse ponto, já que isso nunca aconteceu. Economistas e analistas de Wall Street alertam que tal cenário seria economicamente devastador e poderia mergulhar o mundo inteiro em uma crise financeira.

Os salários dos militares e aposentadorias serão pagos?

Várias ideias foram levantadas para garantir que pagamentos críticos não sejam perdidos – particularmente pagamentos aos investidores que detêm dívidas dos EUA, militares e aposentados. Mas nenhuma dessas ideias jamais foi tentada, e ainda não está claro se o governo poderia realmente continuar pagando qualquer uma das suas contas se não puder pedir mais dinheiro emprestado.

Uma ideia que foi proposta é que o Departamento do Tesouro priorize certos pagamentos para evitar a inadimplência da dívida dos EUA. Nesse caso, o Tesouro pagaria primeiro os detentores de títulos que possuem dívidas do Tesouro dos EUA, mesmo que atrasasse outras obrigações financeiras, como salários do governo ou benefícios de aposentadoria.

Até agora, o Tesouro parece ter descartado essa opção.

“Os sistemas do Tesouro foram todos construídos para pagar todas as nossas contas no vencimento e no prazo, e não para priorizar uma forma de gasto em detrimento de outra”, disse Yellen a repórteres no início deste ano.

Fonte: The New York Times 

 

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