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Um submersível transportando cinco pessoas para ver os restos do Titanic no fundo do Oceano Atlântico ainda está desaparecido, apesar de uma operação de busca massiva.

Sons de batidas foram ouvidos na área na terça-feira (19), mas a Guarda Costeira dos EUA não conseguiu identificar a origem do som.

Como eles desapareceram?

O submersível fazia parte de uma jornada turística de oito dias conduzida pela OceanGate Expeditions, ao preço de US$ 250 mil por pessoa. A viagem começou em Newfoundland, Canadá, com os participantes primeiro viajando 400 milhas até o local do naufrágio, que fica a cerca de 900 milhas (1.450 quilômetros) da costa de Cape Cod, Massachusetts.

O submersível iniciou sua descida de duas horas até o local onde os restos do navio se encontram na manhã de domingo, 18 de junho. Ele perdeu contato com o Polar Prince, o navio de apoio que transportou a embarcação até o local, 1 hora e 45 minutos após a descida.

As operações de busca começaram mais tarde naquele mesmo dia.

Ainda não está claro o que aconteceu com o submersível, por que perdeu contato e quão perto do Titanic ele estava quando desapareceu.

Quem está a bordo?

Embora as autoridades não tenham divulgado os nomes das cinco pessoas desaparecidas, o empresário britânico Hamish Harding, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o bilionário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood foram confirmados como passageiros. A quinta pessoa é o CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush, de acordo com uma fonte com conhecimento da missão.

Harding é um ávido aventureiro, tendo viajado para o espaço a bordo do Blue Origin no ano passado, e para o Challenger Deep no Oceano Pacífico, que se acredita ser o ponto mais profundo do mundo.

O mergulhador francês tem décadas de experiência explorando o Titanic. De acordo com sua biografia, Nargeolet completou 35 mergulhos nos destroços do Titanic e supervisionou a recuperação de 5.000 artefatos.

O pai e o filho paquistaneses fazem parte de uma proeminente família que administra algumas das maiores corporações do país, com um portfólio que abrange energia, petroquímica, fertilizantes, TI e alimentos e agricultura.

Quanto tempo eles têm?

O submersível foi projetado para transportar 96 horas de oxigênio para cinco pessoas a bordo. Isso dá às autoridades até o início da quinta-feira (22) para localizar e recuperar a embarcação.

Mas há uma série de desafios, incluindo a localização remota, as condições climáticas locais, o estado do submersível – e a extraordinária profundidade do oceano na área em que desapareceram.

O que é um submersível? Como é por dentro?

Um submersível é diferente de um submarino em alguns aspectos importantes. Ele tem reservas de energia limitadas, por isso precisa de uma embarcação de apoio na superfície para lançá-lo e recuperá-lo. Não pode ficar debaixo d’água por tanto tempo; normalmente gasta de 10 a 11 horas durante cada mergulho até os destroços do Titanic. Os submarinos podem permanecer submersos por meses.

Sem GPS debaixo d’água, o submersível é guiado apenas por mensagens de texto do navio da superfície.

No ano passado, o fundador da operadora de turismo OceanGate Expeditions mostrou a uma equipe da CBS o interior do submersível. O vídeo da CBS mostra uma pequena câmera com o espaço de uma minivan. Não há assentos e os passageiros sentam-se de pernas cruzadas no chão.

Para um submersível tão avançado, o interior é muito simples, com apenas um botão e uma tela na parede. O resto das operações da embarcação são executadas por um controlador portátil que parece um console de jogos com botões coloridos.

Há apenas um pequeno banheiro na frente da embarcação. Na reportagem da CBS, o fundador da OceanGate disse que quando o banheiro está sendo usado, eles instalam uma cortina para privacidade “e aumentam o som da música”.

Que operações de busca estão em andamento?

Várias agências dos EUA e do Canadá estão envolvidas na busca, procurando tanto na superfície quanto debaixo d’água.

Barcos, aeronaves e equipamentos de radar estão fazendo uma varredura acima da água para o caso de o submersível ter emergido. Bóias de sonar e equipamentos de sonar em navios também estão sendo usados para detectar sons abaixo da água.

Mas encontrar o submersível é apenas o primeiro passo; resgatá-lo pode ser um desafio totalmente diferente.

Dependendo de onde e em que profundidade o submersível for encontrado, pode haver opções limitadas para embarcações de resgate.

Por exemplo, os submarinos movidos a energia nuclear da Marinha dos EUA geralmente operam a 800 pés ou menos – o que significa que eles não podem mergulhar no fundo do oceano, onde a pressão da água no casco do submarino pode fazê-lo implodir.

Num resgate bem-sucedido ocorrido em 1973, autoridades usaram outros submersíveis e uma embarcação de recuperação operada remotamente para conectar cabos, que foram então usados para puxar o submersível de volta à superfície. Mas o detalhe da história é que o submersível desaparecido em 1973 estava a 1.575 pés de profundidade. Os destroços do Titanic estão muito mais profundos; quase 13.000 pés abaixo do nível do mar.

Fonte: CNN

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