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As chuvas torrenciais que varreram o Mediterrâneo no fim de semana causaram o rompimento de duas barragens em Derna, uma cidade costeira no nordeste da Líbia, matando pelo menos 5.200 pessoas e arrastando bairros inteiros para o mar. Pessoas ainda estão desaparecidas em Derna e outras áreas inundadas, e o número de mortos provavelmente aumentará, disseram autoridades locais.

Os resgates estão em andamento, mas não está claro quanta ajuda chegou às pessoas. As inundações devastadoras bloquearam estradas e cortaram o acesso a Derna, disseram autoridades municipais. O que complica o resgate na Líbia é a sua divisão entre um governo internacionalmente reconhecido baseado em Trípoli e uma região administrada separadamente no leste.

O que aconteceu?

Uma poderosa tempestade atravessou o Mar Mediterrâneo na semana passada, inundando a Grécia, a Turquia e a Bulgária antes de seguir para a Líbia, onde atingiu a costa do país no fim de semana. Fortes chuvas atingiram a parte oriental do país, inundando Shahhat, Al-Bayda, Marj e outros assentamentos e deslocando mais de 20 mil pessoas. Em Derna, uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, a chuva destruiu duas barragens e as inundações resultantes destruíram edifícios, afundaram veículos e deixaram corpos espalhados pelas ruas.

Autoridades disseram na terça-feira (12) que uma terceira barragem, localizada entre Derna e Benghazi, outra cidade costeira, também estava à beira do colapso.

Caos Político

O caos político tornou difícil para a Líbia manter a sua infra-estrutura. O país é governado por uma administração ocidental baseada em Trípoli e por uma autoridade baseada no leste que supervisiona Derna, entre outras cidades. Dezenas de grupos armados também são influentes.

A maior parte da população da Líbia vive em zonas costeiras e o país é especialmente vulnerável às alterações climáticas e às tempestades severas. No entanto, mesmo depois de a tempestade ter matado mais de uma dúzia de pessoas na semana passada, quando varreu a Grécia, a Turquia e a Bulgária, as autoridades líbias pareciam não ter nenhum plano sério para monitorizar as barragens, alertar os residentes ou evacuá-los.

Contudo, as diferentes autoridades da Líbia parecem estar trabalhando em conjunto, até certo ponto, nos esforços de busca e salvamento. Equipas médicas, incluindo trabalhadores enviados pela Turquia, pelos Emirados Árabes Unidos e pelo governo em Trípoli, chegaram a Benghazi na terça-feira, e outros grupos de ajuda disseram que planeavam expandir os seus serviços na Líbia. Trípoli também enviou suprimentos, incluindo sacos para cadáveres e equipamento médico, para Benghazi, que fica a mais de 300 quilómetros de Derna.

Mas não está claro se os suprimentos chegaram às áreas mais afetadas, já que estradas estão destruídas.

O presidente Biden disse na terça-feira que os Estados Unidos enviariam fundos de emergência para organizações de ajuda humanitária e que coordenariam com as autoridades líbias e as Nações Unidas para fornecer apoio. O presidente Emmanuel Macron da França também anunciou ajuda para organizações que trabalham na Líbia.

Fonte: The New York Times 

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