O primeiro julgamento criminal de um atual ou ex-presidente dos Estados Unidos está em andamento em Manhattan, renovando as dúvidas sobre o que um potencial condenação significaria para o ex-presidente Trump, atual candidato a presidência pelo partido republicano.

Uma condenação no estado de Nova York, onde Trump enfrenta 34 acusações criminais por falsificação de registos comerciais, não o impedirá de participar da corrida presidencial. Legalmente, o ex-presidente – que conquistou os delegados de que necessita para a nomeação republicana – ainda poderá concorrer a um cargo federal, mesmo que o júri decida condená-lo, dizem especialistas.

E do ponto de visto político, Trump já convenceu seus eleitores de que seus problemas jurídicos têm motivações políticas. Sendo assim, o julgamento e o veredicto final não deverão mudar em nada a opinião dos eleitores de 2024.

Aliás, Trump deve ser hoje a única pessoa nos Estados Unidos que poderá ser condenado em todos os quatros casos que atualmente tem na justiça e ver a sua popularidade aumentar entre a sua base, já que esta já se convenceu de que seu candidato está sendo meramente perseguido.

Contudo, entre eleitores independentes, a situação pode ser outra.

Uma nova pesquisa do Yahoo News/YouGov descobriu que uma parcela cada vez maior de eleitores independentes acredita que o caso das falsificações de registros de negócios envolve um “crime grave” – 51% de todos os eleitores na pesquisa disseram que Trump não deveria ser autorizado a servir novamente se for condenado nesse caso, um número que incluía 16% de republicanos.

Uma outra pesquisa, divulgada no início deste ano pela Bloomberg e pela Morning Consult, descobriu que 53% dos eleitores nos principais estados indecisos – os chamados swing states – se recusariam a votar em Trump se ele fosse condenado por um crime, e esse número subiu para 55% caso ele fosse condenado à prisão.

É verdade que, de acordo com as leis americanas, ser condenado ou mesmo estar na prisão não impede uma pessoa de concorrer à presidência ou mesmo de ser eleita, mas num momento em que a política está tão polarizada e os eleitores tão divididos, ser um candidato em um banco de réus, ao invés de palanques certamente colocará Trump numa situação desvantajosa em relação a Joe Biden.

Fonte: The Hill 

 

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