BACC TRAVEL

Estamos vivendo uma era de imigração em massa. Não somente os Estados Unidos enfrentam o desafio de como controlar a passagem de milhares e milhares de pessoas sobretudo pela sua fronteira sul, mas também os países europeus, com a diferença que lá são dezenas de fronteiras.

Nos Estados Unidos, são pessoas de todo o mundo atravessando a fronteira, a maioria delas em busca de trabalho. Mas em vez de tentar escapar das autoridades americanas, escondendo-se em abrigos por dias até conseguirem uma brecha para atravessar o deserto, a esmagadora maioria dos imigrantes procura por agentes da Patrulha da Fronteira, por vezes esperando horas ou dias em acampamentos improvisados, para se renderem.

Ser transportado por um veículo da Patrulha de Fronteira e levado para uma instalação de processamento migratório não é mais um revés. Na verdade, é um passo crucial para poder solicitar asilo – agora a forma mais segura para os imigrantes permanecerem nos Estados Unidos, mesmo que poucos acabem ganhando os seus casos.

Só em dezembro, mais de 300 mil pessoas cruzaram a fronteira sul, um número recorde. Não apenas porque elas acreditam que conseguirão atravessar a fronteira. Elas estão certas de que, quando chegarem aos Estados Unidos, poderão ficar.

Para sempre.

E, em geral, elas não estão erradas.

Os Estados Unidos estão tentando gerir um sistema de imigração com uma fração dos juízes, funcionários, intérpretes e outro pessoal de que necessita para lidar com as centenas de milhares de imigrantes que atravessam a fronteira e afluem para cidades de todo o país. Essa disfunção torna impossível decidir rapidamente quem pode permanecer no país e quem deve ser enviado de volta à sua terra natal.

Consequência: Eles realmente ficam para sempre.

E isso serve como incentivo para os seus familiares e amigos que ficaram para atrás abraçarem a oportunidade também.

Afinal, para a maioria dos imigrantes, os Estados Unidos ainda representam a terra das oportunidades. Muitos vêm em busca de trabalho e farão o que for preciso para trabalhar, mesmo que isso signifique apresentar um pedido de asilo fraco, nem um pouco convincente.

Para se qualificarem para o asilo, os requerentes devem convencer um juiz de que o regresso ao seu país de origem resultaria em danos ou morte com base na sua raça, religião, nacionalidade, opinião política ou porque pertencem a um determinado grupo social.

As cortes de imigração que julgam as reivindicações estão sobrecarregadas pelo crescente número de processos, de modo que os pedidos definham durante anos e durante esse tempo os imigrantes constroem vidas nos Estados Unidos.

A maioria dos pedidos de asilo acaba sendo rejeitado. Mas mesmo quando isso acontece, daqui a alguns anos, é altamente improvável que os candidatos sejam deportados. Com milhões de pessoas ilegalmente no país, os oficiais de deportação dos EUA priorizam a prisão e a expulsão de pessoas que cometeram crimes graves e que representam uma ameaça à segurança pública.

O que vai acontecer com esses milhares de imigrantes que estão atravessando a fronteira? Continuarão vivendo no limbo até que um se casem com um americano ou até que um filho nascido aqui atinja 21 anos e posso solicitar a residência permanente dos pais.

É isso pelo menos que vem acontecendo nas últimas décadas, enquanto o Congresso – mais dividido do que nunca em relação a imigração – continua adiando um debate verdadeiro e um compromisso sobre a necessidade de reformar as leis migratórias deste país.

Fonte: The New York Times 

 

Deixe um comentário

The Brasilians