O Muro Ocidental ou Cotel, na Cidade Velha de Jerusalém, tem sido proeminente na consciência judaica há séculos. Gerações sonharam em aparecer perante o velho muro de pedra, mesmo que fosse apenas por uma vez. Atualmente, o Muro está ativo 24 horas por dia, 365 dias por ano, e as fendas entre as pedras retangulares estão atulhadas de bilhetes.

A parede que hoje chamamos de Muro Ocidental, embora não seja uma parte do Templo Sagrado em si, era parte da parede remanescente do Monte do Templo construído por Herodes, o Grande, no 1º século da Era Comum quando ele ambiciosamente expandiu o Monte do Templo e renovou o então dilapidado Segundo Templo.

Quando os romanos destruíram o Templo em 69 EC, esta parede não foi

Foto: Rostislav Glinsky/www.shutterstock.com

destruída. E quase dois mil anos depois, o muro ainda persiste. Na parte visível do muro, somente a parte inferior das sete camadas de pedras, consistindo de pedras grandes com bordas irregulares, datam do projeto de Herodes. A seção seguinte, consistindo de quatro camadas de pedras menores e mais aplainadas, data do Período Bizantino. A camada superior seguinte foi acrescentada algum tempo depois da conquista muçulmana no Século VII, e a camada superior no Século XIX, paga pelo famoso filantropo e financista inglês, Sir Moses Montefiore.

Turistas têm visitado o Muro Ocidental para rezar e colocar pequenos bilhetes com agradecimentos e pedidos pessoais neste local sagrado, pois conforme ensinam os Sábios Judaicos, a Shechiná (Presença Divina) que era manifestada no Templo jamais se afastou.

Na segunda metade do Século XVI, Suleimã, o Magnífico, deu aos judeus direitos exclusivos de rezarem no Muro Ocidental. A área de prece era pequena, cercada por uma parede que corria paralela ao Muro e cercada por um bairro miserável. Assim permaneceu até 1947.

Em 1930, uma comissão britânica sancionada pela Liga das Nações reafirmou o direito de os judeus rezarem ao pé do Muro.

Entre 1948 e 1967, a Cidade Velha de Jerusalém ficou sob o controle jordaniano e os judeus foram totalmente banidos da visita ao Muro.

Em 7 de junho de 1967, combatentes israelenses liberaram o Monte do Templo no terceiro dia da Guerra dos Seis Dias. Até então, a parte acessível do Cotel tinha sido um pedaço com 30 metros de comprimento na parede maciça, e a área aberta na frente do Muro tinha apenas 3 metros de largura. Os diversos edifícios a sua frente foram imediatamente postos abaixo, até o canto sul. A área inteira foi nivelada e pavimentada, criando um grande espaço aberto.

Hoje, a parte do Cotel visível da praça tem 62 metros de comprimento. O comprimento inteiro do Muro Ocidental, no entanto, é na verdade de mais de 500 metros.

Mais dezessete camadas de pedras do Muro Ocidental estão enterradas sob o piso. Devido a muitas gerações de destruição e reconstrução, cidade sob cidade, o nível do chão agora é mais alto e a parte de baixo do lado ocidental do Monte do Templo está enterrada.

Fatos Interessantes

• O general romano Tito permitiu que o Muro Ocidental permanecesse de pé como um tributo ao seu poder, um testemunho da grandeza das estruturas que ele destruiu.

• Muitas das pedras subterrâneas do Muro descobertas por arqueólogos em escavações são extraordinariamente grandes, maiores que qualquer pedra encontrada nas pirâmides. Algumas dessas pedras pesam centenas

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de toneladas.

• O Muro Ocidental também é conhecido como o “Muro das Lamentações.” Este nome foi dado por observadores não-judeus que estavam acostumados a ver judeus reunindo-se ao pé do Muro e “lamentando-se”; lamentando em prece, e lamentando em pranto pelos Templos Sagrados destruídos.

• Após o treinamento básico, muitas unidades de combate das Forças de Defesa Israelenses prestam seu juramento em cerimônias no Kotel.

• Muitos judeus vêm de todas as partes do mundo para celebrar bar/bat mitsvá de seus filhos(as) no local.

Desde que o Muro Ocidental foi libertado em 1967, escavações arqueológicas têm sido feitas debaixo dele. Embora somente uma pequena seção do comprimento do Muro seja visível acima do solo na praça, pode-se caminhar sobre toda a extensão do Muro nos túneis e ver todas as camadas subterrâneas, e até o leito de pedras por baixo dele. No ponto oposto ao local onde ficava o Santo dos Santos, há uma sinagoga subterrânea. A caminhada pelos túneis pode ser feita somente com um guia, e deve ser agendada.

Fonte: Chabad.org

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