Centenas de imigrantes com destino a Nova York foram despejados em New Jersey durante o fim de semana do ano novo, numa aparente tentativa de contornar uma ordem municipal da Big Apple, que visa limitar o número de imigrantes vindos da fronteira que chegam à cidade.
Desde o último sábado (30), 13 ônibus do Texas, transportando cerca de 450 imigrantes, chegaram a New Jersey. Acompanhantes ajudavam os imigrantes na transferência para trens e ônibus com destino à cidade de Nova York.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, assinou uma medida executiva de emergência na semana passada, exigindo que as empresas de ônibus fretados avisem com 32 horas de antecedência sobre a chegada de imigrantes e restringindo os dias e horários em que os ônibus podem chegar. De acordo com a ordem, os ônibus só podem chegar de segunda a sexta, das 8h30 às 12h, e os motoristas devem ter relatórios descrevendo quais passageiros estão transportando, se eles chegaram ao país nos últimos 90 dias, quantos precisam de abrigo de emergência e se os passageiros viajavam como adultos solteiros ou como parte de uma família.
O prefeito justificou a nova ordem afirmando que traria mais estrutura ao processo de chegada de imigrantes. Adams já chegou a dizer que “a cidade estava sendo destruída pela crise migratória”. Desde a primavera de 2022, Nova York processou mais de 161.500 requerentes de asilo, 68.000 dos quais estão abrigados e sob os cuidados da cidade. A cidade de Nova York é obrigada por decreto judicial a fornecer abrigo a quem solicitar.
As empresas que violarem a ordem executiva enfrentarão acusações de contravenção, que podem resultar em três meses de prisão e multa de US$ 500 para pessoas físicas e US$ 2,000 para empresas. O Departamento de Polícia também pode apreender os ônibus.
Nova York e outras cidades governadas por democratas, como Chicago, têm recebido uma enxurrada de ônibus vindos particularmente do Texas. O governador do Texas, Greg Abbott, um republicano, tem financiado o transporte dos imigrantes, afirmando que essas cidades devem “compartilhar o fardo” da crise na fronteira sul dos Estados Unidos.
Fonte: The New York Times