Um estudo de uma comissão internacional de cientistas, publicado terça-feira (14) no periódico The Lancet Diabetes & Endocrinology, sugere a redefinição do que é obesidade, defendendo o foco na quantidade de gordura corporal e quais complicações médicas a pessoa tem, não apenas em seu peso.

Se as diretrizes forem amplamente adotadas, elas podem mudar as percepções dos médicos sobre quem precisa ser tratado para obesidade. Elas também podem afetar o uso de medicamentos prescritos que tratam obesidade.  A nova definição de obesidade foi endossada por 76 organizações ao redor do mundo.

A comissão propôs que, em vez de continuar o uso atual do IMC (índice de massa corporal) como uma forma de definir obesidade, esse número deveria ser uma ferramenta de triagem para determinar quem deveria ser testado para excesso de gordura corporal.

A comissão disse que pessoas com IMC acima de 25 e muita gordura, mas que são saudáveis, devem ser deixadas em paz. Elas devem ser monitoradas e aconselhadas a não ganhar mais peso e possivelmente perder um pouco.

A condição delas seria chamada de obesidade pré-clínica.

Outras pessoas com esse índice e com qualquer uma das 18 condições médicas causadas pela obesidade — 13 para crianças e adolescentes — requerem tratamento médico para melhorar sua saúde e prevenir lesões graves em órgãos. As condições incluem falta de ar, insuficiência cardíaca, dor no quadril ou joelho, anormalidades metabólicas e órgãos com mau funcionamento.

A condição delas seria chamada de obesidade clínica.

A maneira mais simples para os médicos verem se alguém tem excesso de gordura corporal é enrolar uma fita métrica em volta da cintura de uma pessoa, disse os pesquisadores. Se a cintura de uma mulher tiver mais de 34,6 polegadas, ela provavelmente tem muita gordura. Para um homem, o limite de cintura seria de pelo menos 40 polegadas.

Outras ferramentas para profissionais de saúde incluem proporções cintura-quadril, proporções cintura-altura ou exames DEXA, um tipo de raio-X.

Os 58 especialistas da comissão passaram três anos no estudo, reunindo-se regularmente online. Em vez de pensar na obesidade como uma doença, eles queriam avaliá-la de uma maneira diferente, disse o presidente da comissão, Dr. Francesco Rubino, um cirurgião bariátrico do King’s College London.

Mas pode ser difícil para as novas definições se tornarem de uso comum.

O IMC é fácil de medir — tudo o que é necessário é a altura e o peso de uma pessoa. Logo se tornou o padrão para definir se as pessoas estavam abaixo do peso, acima do peso ou obesas.

Além disso, alguns médicos consideram irrealista assumir que a obesidade não deve ser tratada até que as complicações surjam.

Por fim, usar o novo padrão também pode ter implicações para o uso de medicamentos para obesidade. Eles são tão caros que alguns planos de saúde que os cobrem para pessoas com obesidade definida por seus IMCs poderão decidir que não pagarão mais pelo medicamento para pessoas com obsidade pré-clínica.  \

Fonte: The New York Times 

 

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