O Prêmio Nobel de Medicina deste ano foi concedido a Katalin Karikó e Drew Weissman pelo trabalho deles no desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro, uma ferramenta crucial para reduzir a propagação do Covid-19.
Karikó e Weissman publicaram os resultados dos seus trabalhos num artigo de 2005 que recebeu pouca atenção na época; porém, mais tarde esse mesmo estudo lançou as bases para o desenvolvimento da vacina.
“Os laureados contribuíram para uma taxa sem precedentes de desenvolvimento de vacinas durante uma das maiores ameaças à saúde humana nos tempos modernos”, disse o comitê do Prêmio Nobel num comunicado.
Rickard Sandberg, um dos membros do comitê, complementou: “As vacinas de RNA mensageiro, juntamente com outras vacinas contra a Covid-19, foram administradas mais de 13 bilhões de vezes. Juntas, salvaram milhões de vidas, preveniram doenças graves, reduziram o fardo global da doença e permitiram que as sociedades se abrissem novamente.”
Karikó, uma bioquímica húngara-americana, e Weissman, um médico americano, são professores da Universidade da Pensilvânia. O trabalho deles serviu de base para a Pfizer e a sua parceira BioNTech, sediada na Alemanha, bem como para a Moderna, utilizarem uma nova abordagem para produzir as vacinas contra o Covid.
A tecnologia revolucionária abriu um novo capítulo na medicina. Pode potencialmente ser aproveitada para desenvolver vacinas contra outras doenças como a malária, o RSV e o HIV. Oferece também uma nova abordagem às doenças infecciosas como o câncer, com a perspectiva de vacinas personalizadas.
O que é RNA Mensageiro?
O RNA mensageiro é uma cadeia única temporária do código genético que as células podem “ler” e usar para produzir uma proteína.
No caso das vacinas de RNA mensageiro, o código genético temporário é usado para dizer às células para produzirem uma espécie de “pedaço de vírus”; assim o corpo produz anticorpos e células especiais do sistema imunológico em resposta. Ao contrário de outras vacinas, um vírus vivo ou enfraquecido não é injetado nem necessário em nenhum momento.
Tudo o que é necessário é a sequência genética do vírus. Os fabricantes de vacinas nem precisam do vírus em si – apenas dessa sequência.
Fonte: CNN