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Em 2022, o Brasil registrou 67.626 ocorrências de estupro contra mulheres. “Isso equivale a aproximadamente um estupro a cada 8 minutos no país”, revela o Relatório Socioeconômico Anual da Mulher (Raseam), lançado nesta quarta-feira (24/04) em Brasília pelo Ministério da Mulher.

Segundo o documento, o Sudeste, região mais populosa do Brasil, registrou o maior número de estupros, totalizando 22.917 casos. O Sul seguiu de perto com 14.812 incidentes. No Nordeste, foram registrados 14.165 estupros; no Norte, 8.060 casos; e no Centro-Oeste foram documentados 7.672 episódios desse tipo de violência.

Raseam compila estatísticas de pesquisas e registros administrativos de diversas fontes. Por exemplo, os dados sobre estupro de mulheres são provenientes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, complementados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua da agência governamental IBGE. Esta integração destaca a prevalência dessa violência contra as mulheres, evidente na percepção de risco. Em 2021, uma em cada cinco mulheres entrevistadas relatou sentir “risco médio ou alto de ser vítima de agressão sexual”.

O relatório sublinha que “a violência contra as mulheres funciona como uma instituição social, servindo como mecanismo para manter relações de dominação e exploração”.

Agressão

O Relatório Socioeconómico Anual sobre as Mulheres abrange 270 indicadores em sete áreas temáticas. O estudo revela que as mulheres negras enfrentam condições mais adversas em comparação com mulheres e homens brancos de todas as etnias.

Dados do Censo Demográfico de 2022, conforme constam no relatório, indicam que o maior grupo demográfico do Brasil, transcendendo cor e gênero, é composto por mulheres negras (pardas e pretas), constituindo 54,5% da população. Além disso, são desproporcionalmente afetadas pela violência sexual, doméstica e diversas outras formas de violência. Estatísticas do Ministério da Saúde, também apresentadas no relatório, sublinham esta disparidade, revelando que em 2022, 59,8% das vítimas de agressão eram negras, enquanto mais de 38% eram brancas e quase 1% eram indígenas.

Fonte: Agência Brasil 

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