Estava eu quieto no meu canto, aí aparece alguém e me pergunta o que mineiridade.
Tomei algumas palavras emprestadas aqui e acolá para poder explicar com jeito e na mais singela tradução um pouco do nosso mineirês…
O escritor mineiro João Guimarães Rosa, traduziu Minas Gerais por meio daquilo que os mais de 20 milhões habitantes, mesmo divididos em 853 municípios, carregam no peito e na alma com a sua santa mineiridade.
A mineiridade faz parte da tradição da liberdade, ainda que tardia além do orgulho de ser mineiro, num todo.
É o acolhimento gentil de um povo trabalhador que faz questão absoluta de não perder o sotaque, a honra e coragem de viver o infinito. Por aqui se cultua as muitas festas religiosas, (nunca se viu tanto santo e tanta igreja) e logicamente a família. O mineiro em suas muitas características oferece afeto, hospitalidade com um bom café coado na hora, bolo de fubá que sai do forno e meio dedo de prosa.
Tudo é música, o barroco, a natureza e a fé.
‘Ópocevê!’ A mineiridade aqui voa alto e pousa em belos patrimônios materiais e imateriais.
Tantos nomes como Santos Dumont, Aleijadinho, Guimarães Rosa, Pelé, Bituca, Ary Barroso, Mestre Athaíde e Carlos Drummond de Andrade e muitos outros muitos mineiros vão pelo mundo afora fazendo proeza e levando o nome de Minas.
Em cada esquina da vida tem um “trem”, e em cada uma delas tem um clube.
Tem montanha, tem queijo, tem cachoeira e tem café.
Mineiridade é isso: mistura das influências africana, italiana, portuguesa, das tradições indígenas, é a moda de viola, a reza, o congado, a folia de reis e a benzedeira
Com tudo isto misturado, os mineiros, como muitos de nos, constrói hábitos e um jeito acolhedor que esta na cara de cada um.
No tacho em que se produzem as delicias da gastronomia de Minas usam as receitas que são passadas de gerações, utilizando mais diversos ingredientes que se misturam sem nunca neutralizarem uns aos outros.
Para chegar em Minas em grande estilo, é preciso aportar primeiro em Belo Horizonte uma cidade toda arborizada que não tem praia, não tem mar mas tem bar. Aos montes. Em qualquer esquina você encontra um bar que não decepciona: a cidade é conhecida como a Capital Mundial dos Botecos, com muitos bares em cada quilômetro quadrado.
Tem opção para todos os gostos, bolsos, ritmos e paladares.
Apesar do mineiro ter um linguajar próprio e encantador só tem uma maneira de conhecer os mineiros e suas historias … vindo a Minas Gerais !!!
Luciano Screveu é mineiro raiz e de coração.
LUCIANO SCREVEU
Jornalista