Em mais um terrível episódio envolvendo uma aeronave da Boeing, um 787 Dreamliner caiu repentinamente em pleno voo na segunda-feira (11), ferindo dezenas de passageiros, depois que o piloto perdeu temporariamente o controle da aeronave.
O piloto conseguiu recuperar o controle e pousar o avião com segurança, mas ainda não está claro o que fez com que o voo da LATAM saindo da Austrália em direção à Nova Zelândia caísse tão drasticamente. A LATAM chamou o episódio de “evento técnico”. A Boeing disse que está trabalhando para coletar mais informações.
Este é apenas mais um incidente envolvendo aviões da Boeing somente este ano.
A série ininterrupta de más notícias para a empresa aérea começou no primeiro fim de semana do ano, quando uma parte da fuselagem da lateral de um 737 Max da Alaska Airlines explodiu logo após a decolagem. Uma investigação federal preliminar revelou que a Boeing provavelmente não havia colocado parafusos no chamado tampão da porta, projetados para evitar que a peça explodisse.
Esse incidente resultou na paralisação temporária de alguns jatos 737 Max em todo o país, seguido por audiências no Congresso, atrasos na produção e entrega, diversas investigações federais – incluindo uma investigação criminal.
Mas as más notícias não pararam por aí. Em fevereiro, os pilotos de um 737 Max da United Airlines relataram que os controles de voo travaram quando o avião pousou em Newark. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes está investigando. Há duas semanas, a Administração Federal de Aviação sinalizou problemas de segurança com o equipamento de degelo dos modelos 737 Max e 787 Dreamliner que poderiam causar perda de força dos motores. A FAA está permitindo que os aviões continuem voando e a Boeing disse que o problema não representa um risco imediato à segurança.
Uma auditoria de seis semanas realizada pela Administração Federal de Aviação sobre a produção do jato 737 Max pela Boeing encontrou dezenas de problemas em todo o processo de fabricação da fabricante de aviões e de um de seus principais fornecedores, de acordo com uma apresentação de slides analisada pelo The New York Times.
Críticos dizem repetidamente que o fabricante de aeronaves está priorizando os lucros em detrimento da segurança.
Ex-funcionário que denunciou empresa é encontrado morto
Um ex-funcionário da Boeing, John Barnett, que levantou preocupações sobre os padrões de produção da empresa foi encontrado morto na Carolina do Sul no último final de semana.
Autoridades locais confirmaram que encontraram Barnett morto em seu carro no estacionamento de um hotel. A polícia disse que parece que ele atirou contra si mesmo e está investigando o episódio mais detalhadamente.
Barnett trabalhou na Boeing por mais de três décadas, aposentando-se em 2017 após 32 anos na empresa. De 2010 em diante, ele trabalhou como gerente de qualidade na fábrica de North Charleston, na Carolina do Sul, especificamente na linha produção do 787 Dreamliner.
Desde que se aposentou, Barnett estava envolvido em uma ação legal contra seu antigo empregador alegando que a empresa prejudicou sua carreira depois tê-lo forçado a se aposentar e levantou questões contra a Boeing. Entre elas, ele alegou que os trabalhadores estavam deliberadamente ajustando peças abaixo do padrão a partir de recipientes de sucata na linha de produção e que “a Boeing da Carolina do Sul é estritamente orientada por cronograma e custo”.
Uma revisão de 2017 da FAA confirmou a reclamação de Barnett, concluindo que a localização de 53 peças “não conformes” era desconhecida e ordenando à Boeing que tomasse medidas sobre o assunto.
Em 2024, Barnett juntou-se a outros funcionários para se manifestar contra a aeronave 737 MAX, que tem sido sujeita a várias emergências técnicas em voo nos últimos anos.
Ele seria interrogado no sábado (9) no Programa de Proteção a Denunciantes da Administração Federal de Aviação.