Israel está se preparando para uma “operação multilateral” contra o Hamas “a partir do ar, da terra e do mar”, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, em um comunicado em vídeo divulgado na segunda-feira (23).
No mesmo dia, mais dois reféns capturados pelo Hamas foram libertados após a mediação do Catar e do Egito, de acordo com duas autoridades israelenses. O Hamas também disse que libertou dois reféns, de acordo com um comunicado do porta-voz do Hamas, Abu Obaida.
“[Nós] libertamos os dois detidos [ ] tendo em mente que o inimigo se recusou desde a última sexta-feira a recebê-los”, disse Abu Obaida. “Decidimos libertá-los por razões humanitárias e de saúde.”
Uma fonte informada sobre o assunto disse que os reféns eram cidadãos israelenses e mulheres. Uma das fontes disse que elas foram liberadas para a Cruz Vermelha. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou que facilitou a libertação de mais dois reféns.
Ajuda humanitária
O país judaico permitiu a entrada de ajuda humanitária na região. Vinte caminhões passaram pela passagem de Rafah para Gaza na segunda-feira, de acordo com a ONU. Eles transportavam água, alimentos e medicamentos.
No sábado e domingo, 34 caminhões conseguiram entrar em Gaza com suprimentos vitais, informou o mesmo comunicado. Isto representa menos de 4% da média diária de mercadorias que entravam em Gaza antes de 7 de outubro.
O número de pessoas deslocadas internamente em Gaza é estimado em cerca de 1,4 milhões, com quase 580 mil pessoas abrigadas em 150 abrigos de emergência. Mas a organização alerta para uma superlotação, uma vez que o número médio de pessoas por abrigo atingiu mais de 2,5 vezes a capacidade.
Até 19 de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou 62 ataques a centros de saúde. Sete hospitais, todos na cidade de Gaza e no norte de Gaza, foram forçados a encerrar atividades devido aos danos sofridos, à falta de energia e de abastecimento, e às ordens de evacuação. Pelo 14º dia consecutivo, Gaza permanece sob total apagão de eletricidade.
Numa declaração conjunta no domingo (22), Biden e os líderes da Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha e Itália pediram a Israel que proteja os civis e apelaram pela libertação de todos os reféns capturados pelo Hamas.
Autoridades dos EUA disseram que o governo Biden aconselhou Israel a adiar uma invasão terrestre, uma medida que lhes dariam mais tempo para negociações para libertar as mais de 200 pessoas mantidas reféns pelo Hamas e outros grupos armados em Gaza, e para mais ações humanitárias.
O Ministério da Saúde de Gaza disse na segunda-feira (23) que os ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 436 pessoas “nas últimas horas”, elevando o número de mortos para mais de 5 mil desde 7 de outubro, quando Israel começou a lançar ataques aéreos em retaliação a um ataque do grupo militante Hamas que matou mais de 1.400 pessoas em Israel.
Fonte: CNN and The New York Times