Há um grupo emergente de americanos que, fartos do alto custo de vida nos Estados Unidos, procuram melhor qualidade de vida em outro país. Eles trocam conselhos em fóruns do Reddit como AmerExit (com 57 mil membros) e I Want Out (com 2 milhões de membros), consultam prestadores de serviços de realocação – que custam de algumas centenas a vários milhares de dólares por unidade – e ensinam outros a seguir seus passos. Eles usam termos como “geoarbitragem” (a noção de economizar dinheiro mudando-se para algum lugar mais barato) e siglas como FIRE (abreviação de “independência financeira, aposentar-se mais cedo”.

Esse grupo encara a mudança como o primeiro passo num plano de longo prazo. Eles estão migrando para economizar dinheiro para o futuro, para pagar dívidas ou para ter mais do que a vida tem a oferecer em seu país de origem.

É complicado saber exatamente quantos americanos se mudaram para outros países, e mais ainda quando ou por quê. O Departamento de Estado norte-americano estimou em 2020 que um total de 9 milhões de cidadãos dos EUA viviam no estrangeiro, contra uma estimativa de 5 milhões em 2010 – embora esses números incluam cidadãos com dupla nacionalidade nascidos e criados fora do país.

Numa sondagem recente da Universidade de Monmouth, um terço dos americanos afirmaram que gostariam de se estabelecer em outro país, em comparação com apenas 12% que afirmaram o mesmo numa sondagem Gallup de 1995. Na pesquisa de 2023 da InterNation com 12 mil expatriados de 172 países, os EUA foram o país de origem de maior parte dos expatriados.

Custo de vida alto nos EUA 

O Bureau of Labor Statistics informou que as despesas mensais médias das famílias nos EUA saltaram de 5.111 dólares em 2020 para 6.081 dólares em 2022. Num novo inquérito da Associação de Tecnologia Financeira, 61% dos trabalhadores americanos indicaram que viviam de salário em salário.

Embora não haja dúvida de que os americanos desfrutam de um padrão de vida material mais elevado do que a maior parte do mundo, o país não se compara bem a outros países ocidentais ricos em vários índices de qualidade de vida: os americanos trabalham mais, tiram menos férias, gastam mais com cuidados de saúde e morrem mais cedo do que pessoas em outras economias de alta renda.

E para onde eles estão indo? 

Dados da empresa de recrutamento global Deel sugerem que o Reino Unido, a Alemanha, o Canadá e a França estão entre os sete principais destinos internacionais para quem procura emprego nos EUA. Em lugares com cuidados de saúde universais, cuidados infantis subsidiados pelo governo e culturas que incentivam um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o dinheiro pode esticar ainda mais.

E nunca foi tão fácil para os americanos testarem águas internacionais. Mais de 50 países oferecem vistos de nômadas digitais a trabalhadores remotos capazes de provar que têm fundos suficientes para se sustentarem. Combine um dólar americano forte com a relativa facilidade de obter trabalho remoto e não é de admirar que americanos de todas as idades estejam abertos a avaliar opções de moradia no exterior.

Mas há algo a considerar

Depois que se mudam essas pessoas têm uma relativa dificuldade de retornarem. Normalmente quando se mudam, eles não têm grandes poupanças acumuladas ou investimentos que lhe deem segurança financeira. E geralmente nos países que escolhem viver, optam por uma vida mais modesta, menos corrida, mas também ganhando menos. Enfim, um custo de vida mais baixo significa muitas vezes rendimentos significativamente reduzidos, o que pode impedir a capacidade financeira de alguém regressar para casa.

Há um outro lado negativo a considerar. Os Estados Unidos cobram impostos de seus cidadãos não importa onde vivam. Isto é, pode ser que – dependendo do país para o qual você se mudar – você tenha que pagar imposto de renda duas vezes.

Então, o negócio é pensar e penejar bastante antes de tomar uma decisão como essa.

Fonte: Business Insider 

 

 

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