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A lenda do boxe brasileiro José Adilson Rodrigues dos Santos, popularmente conhecido como Maguila, morreu aos 66 anos em São Paulo na quinta-feira (24). O ex-campeão dos pesos pesados, que era conhecido por seus socos poderosos, sofria de encefalopatia traumática crônica, uma consequência das inúmeras pancadas na cabeça que sofreu.

Maguila nasceu em 11 de julho de 1958, em Aracaju, e teve uma carreira impressionante no boxe, abrangendo 17 anos, onde acumulou um coleção de 85 lutas, com 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Sua personalidade carismática e entrevistas folclóricas o tornaram querido pelos fãs, com lutas memoráveis ​​contra nomes como Evander Holyfield e George Foreman.

O interesse de Maguila pelo boxe começou em Aracaju, quando ele assistia às lutas de Éder Jofre e idolatrava particularmente Muhammad Ali. Crescendo em uma família grande, ele assistia às lutas de Ali em uma TV em preto e branco na casa de um vizinho e expressou sua determinação de se tornar um boxeador um dia. “Comecei no boxe porque era muito fã de Muhammad Ali. Eu o admirava muito. Quando comecei a assistir, eu nem tinha televisão em casa”, ele disse ao Globo Esporte em 2015.

A sua jornada professional começou em 1979, e ele teve sua primeira luta dois anos depois, em 1981, na “Forja de Campeões”, o maior evento de boxe do Brasil desde 1941.

Fora do ringue, Maguila lançou um álbum intitulado “Vida de Campeão” em 2009, com a faixa-título, que ele escreveu, ao lado de gravações de sambas famosos. Ele também fez aparições na televisão, incluindo uma passagem como comentarista econômico. Uma escola de samba o homenageou transformando sua vida em tema.

Um longa-metragem sobre a vida de Maguila foi anunciado em 2015, onde o ator Babu Santana interpretaria o boxeador. Ele começou a treinar para o papel, mas as filmagens foram adiadas devido à falta de patrocínio.

Em 2013, Maguila foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, uma condição neurodegenerativa e irreversível causada por traumatismo craniano. Esse diagnóstico afetou vários outros atletas de destaque, incluindo o também boxeador Éder Jofre e Bellini, defensor da Seleção Brasileira campã da Copa do Mundo de 1958. Os sintomas iniciais eram simples esquecimentos, como perder carteiras e chaves, mas evoluíram para incidentes graves, como quando o ex-lutador saía de casa e ficava desorientado.

Com o consentimento da família, o ex-boxeador concordou em 2018 em doar seu cérebro para pesquisa após sua morte, copiando uma ação da família de Bellini. A doação será encaminhada para a Universidade de São Paulo. O objetivo é estudar as consequências de impactos repetidos na cabeça em esportes como futebol, boxe e rúgbi, entre outros. Este estudo é considerado crucial para o desenvolvimento de medidas preventivas.

Fonte: Reprodução do Globo.com

 

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