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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, colocou a desigualdade e a crise climática no centro do seu discurso na terça-feira (20) que abriu o Debate Geral anual da ONU em Nova York.

“Devemos superar a resignação que nos faz aceitar tal injustiça como um fenômeno natural”, disse. “Falta vontade política por parte daqueles que governam o mundo para superar a desigualdade”.

Na sua primeira aparição na esfera global desde que retomou a presidência no início deste ano – depois de mais de uma década fora do poder – Lula também elogiou uma nova ordem geopolítica que poderia desafiar a influência econômica global do Ocidente, e pressionou por um maior diálogo em torno da guerra na Ucrânia.

Desde que retomou a presidência, Lula tem trabalhado para se posicionar como um progressista climático e um líder global nesta questão.

Lula insistiu que os países ricos cumpram os seus objetivos de energia limpa e de financiamento climático internacional, argumentando que um plano de financiamento de 100 bilhões de dólares já havia se tornado uma soma “insuficiente”.

“Os países ricos cresceram com base num modelo com elevadas taxas de emissões de gases prejudiciais ao clima”, disse ele. “Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir este modelo. No Brasil já provamos uma vez e provaremos novamente que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível.”

Ainda assim, Lula tem enfrentado críticas pelos investimentos da sua administração em combustíveis fósseis, incluindo planos para um possível projeto de perfuração offshore.

Em declarações feitas na terça-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, observou que os países do G20, entre eles o Brasil, são responsáveis por 80% das emissões de gases com efeito de estufa.

Guerra na Ucrânia

Lula também vem se apresentando como um potencial mediador da paz na guerra da Rússia na Ucrânia. No início deste ano, divulgou um controverso plano de negociações. Embora não esteja claramente definida, a proposta envolvia a formação de uma coligação de outros países igualmente não alinhados para mediar a paz.

Lula também sugeriu que a Ucrânia cedesse a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014, na busca de um acordo de paz. A ideia foi rejeitada por Kiev e condenada por Washington.

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo”, disse Lula na terça-feira. “Reitero que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações.”

Fonte: CNN

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