Tony Bennett, mais conhecido por cantar “I Left My Heart in San Francisco”, morreu nesta sexta-feira (21), de acordo com sua assessora. Ele tinha 96 anos.
Em uma carreira de oito décadas, Bennett, entre muitos feitos, se apresentou ao vivo na MTV, teve uma participação especial em “Os Simpsons”, gravou dois álbuns de duetos com Lady Gaga, e ganhou 19 prêmios Grammy ao longo de uma longa jornada de sucesso.
Em 2021, Tony Bennett e sua família falaram sobre o cantor ter sido diagnosticado com a doença de Alzheimer. Bennett foi oficialmente diagnosticado com Alzheimer em 2016, mas o público não sabia que a sua saúde estava em declínio porque ele continuou se apresentando.
Não importa quantos prêmios ele ganhou, quantas horas cansativas em turnê ele passou, ou quantas vezes ele cantou sua música mais conhecida, Bennett costumava dizer que nunca havia trabalhado um dia em sua vida – porque ele adorava se apresentar.
Trajetória
Nascido Anthony Dominick Benedetto, em uma família de imigrantes italianos, Bennett tinha apenas 10 anos quando seu pai morreu, mergulhando a família na pobreza.
Quando adolescente, ele se tornou um garçom-cantor antes de se matricular para estudar música e pintura na Escola de Arte Industrial de Nova York.
Ele foi convocado para o exército dos EUA em 1944 para lutar na França e na Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial. “É um assassinato legalizado”, disse ele sobre a experiência em uma entrevista ao The Guardian em 2013.
Depois de voltar para casa, sua carreira de cantor continuou – primeiro sob o nome de Joe Bari. Ele foi descoberto em 1951 com a música “Because of You”. Bennett logo se tornou um ícone adolescente, lançando seu primeiro álbum em 1952.
Ele se manteve nas paradas de sucesso nos Estados Unidos em praticamente todas as décadas subsequentes de sua vida, construindo uma reputação de fazer sucessos atemporais – como “Blue Velvet” e “Rags to Riches”.
Sua versão de 1962 de uma música da década anterior, “I Left My Heart in San Francisco”, colocou sua estrela em uma órbita ainda maior e lhe rendeu dois Grammys.
Bennett também apoiou o movimento pelos direitos civis e participou das marchas de Selma a Montgomery em 1965, ao mesmo tempo em que se recusou a se apresentar na África do Sul da era do apartheid.
No entanto, com a chegada dos Beatles e dos Rolling Stones aos Estados Unidos, sua relevância diminuiu.
Seguiram-se problemas pessoais, incluindo o fim de dois casamentos e o vício em drogas.
Depois de contratar seu filho Danny para se tornar seu empresário e se reunir com seu pianista e diretor musical Ralph Sharon, sua sorte começou a mudar.
Ele desfrutou de um renascimento nas décadas de 1980 e 1990, quando os prêmios Grammy inundaram a casa da estrela, então já nos sessenta.
Seu álbum de retorno de 1986, “The Art of Excellence”, colocou novamente o cantor no centro das atenções.
Ele seguiu no topo das paradas com “Perfectly Frank”, uma homenagem ao seu herói musical Frank Sinatra.
Em entrevista ao Independent em 2008, Bennett disse que não ficou surpreso com seu sucesso renovado.
“Música boa é música boa”, disse ele. “Não estou preocupado se alguém que me ouve é velho ou jovem. Na verdade, de muitas maneiras, não estou nem um pouco interessado nos jovens.
“Estou interessado na idade. As pessoas aprendem a viver adequadamente quando atingem a maioridade, sabe?”.
“A música não tem categoria; é boa ou não é, e eu canto boas canções, ótimas canções, escritas pelos melhores compositores. É esse tipo de qualidade que as faz durar. Acredite em mim, as pessoas cantarão essas canções para sempre.”
Bennett permaneceu o suficiente para conquistar legiões de fãs de todas as idades.
Ele colaborou com uma série de artistas mais jovens – que o adoravam – incluindo Amy Winehouse, Queen Latifah e Carrie Underwood, além de Paul McCartney, Stevie Wonder e George Michael.
Em 2014, o seu álbum em conjunto com Lady Gaga, “Cheek to Cheek”, fez dele o artista vivo mais velho a chegar ao topo das paradas americanas, aos 88 anos, quebrando seu próprio recorde anterior.
Pouco depois do seu aniversário de 90 anos, ele disse ao New York Times: “Eu poderia ter me aposentado há 16 anos, mas simplesmente amo o que estou fazendo.”
Em 2021, cinco anos após seu diagnóstico de Alzheimer em 2016, Bennett fez seus últimos shows ao lado de Gaga.
Ele postou na mídia social na época: “A vida é um presente – mesmo com Alzheimer”.
Longe da música, como pintor entusiasta, Bennett teve seus trabalhos expostos em galerias. Ele também fundou a Frank Sinatra School of the Arts em sua cidade natal, Queens, Nova York.
Ele deixa quatro filhos: Danny, Dae, Joanna e Antonia, além de sua esposa Susan Crow.
Fonte: CNN e BBC