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De acordo com uma matéria do The New York Times, alguns jogadores da NFL disseram que não queriam ir ao Brasil para a partida do Philadelphia Eagles contra o Green Bay Packers, na Arena Corinthians, em São Paulo, realizada na última sexta-feira (6). O motivo? A violência no Brasil.

O jogador do Philadelphia Eagles, Darius Slay, em seu podcast na semana anterior ao jogo, disse: “Já nos disseram para não sair do hotel”, continuou ele. “A taxa de criminalidade é uma loucura. Você sabe o que estou dizendo? Eu fico tipo, NFL., por que vocês querem nos mandar para algum lugar com uma taxa de criminalidade tão alta?

Slay não foi o único jogador preocupado. AJ Brown, da mesma equipe, disse aos repórteres que planejava ficar em seu quarto de hotel depois que os diretores do seu time deram aos jogadores uma longa lista do que “não fazer” no Brasil. A lista incluía algo “tão simples quanto andar pela rua com o telefone na mão.”

Mas o que esqueceram de contar a eles, reportou o NYT, é que na cidade onde jogam, Filadéfia, há mais assassinatos do que em São Paulo.

Segundo o NYT, no ano passado, São Paulo registrou 4,2 assassinatos por 100 mil habitantes, uma das taxas mais baixas do Brasil. Na Filadélfia, a taxa de homicídios foi seis vezes maior, de 26,1 por 100 mil habitantes, o que superou até mesmo a taxa de homicídios de 23,1 em todo o Brasil. As taxas são do Monitor de Homicídios, um banco de dados de estatísticas governamentais do Instituto Igarapé, instituto de pesquisa que estuda segurança.

E a reportagem do NYT ainda constata que não é somente a Filadélfia. A maioria das cidades com equipes na NFL teve taxas de homicídio mais altas que São Paulo, incluindo: Nova Orleans, Baltimore, Cleveland, Detroit, Washington, Kansas City, Cincinnati, Atlanta, Indianápolis, Chicago, Minneapolis, Dallas, Buffalo, Houston, Nashville e Jacksonville.

Até mesmo Nova York, uma das grandes cidades mais seguras nos Estados Unidos, teve uma taxa de homicídios per capita ligeiramente superior à de São Paulo, de acordo com a matéria.

Tanner McKee, um dos jogadores do Eagle que passou dois anos no Brasil como missionário, deu uma declaração que esclarece a polêmica: “Estamos em um país onde muitos deles não estiveram, não falam a língua, e não sabem nada sobre o Brasil.”

É isso. As pessoas que não conhecem o Brasil têm uma percepção errada do país. O Brasil é violento? Sem dúvida! Tem taxas de violência muito mais altas que diversos outros países? Claro que tem! Mas o maior país da América Latina não é a selva que muitos imaginam.

O NYT em sua matéria destacou um fato que explica a percepção errônea das pessoas:

“O crime vem em diferentes formas e as cidades brasileiras têm um problema notório com roubo de telefones. Os jovens dos bairros mais pobres viajam frequentemente para áreas mais ricas para roubar telefones das mãos ou dos bolsos das pessoas. No ano passado, ocorreram 1.782 roubos desse tipo para cada 100 mil habitantes em São Paulo”.

“Filadélfia e outras cidades dos EUA não divulgam dados específicos sobre roubo de telefones, mas os números provavelmente devem ser muito mais baixos. A Filadélfia, por exemplo, teve 367 roubos ou furtos de qualquer tipo relatados por 100 mil pessoas no ano passado”.

O jornal destaca que esses furtos no Brasil alimentam a percepção de que o crime, em geral, é pior do que é, inclusive entre os próprios brasileiros. E fica a impressão de que o Brasil é um lugar perigoso de se visitar.

Fonte: The New York Times

 

 

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