O jejum intermitente envolve alternar entre comer e jejuar por períodos específicos. Uma abordagem comum, por exemplo, é comer apenas dentro de uma janela de oito horas por dia.
Vários estudos de curto prazo sugerem que esse estilo alimentar pode levar a perda de peso e reduzir a pressão arterial e melhorar o controle do açúcar no sangue em certas pessoas.
Os adeptos argumentam que o organismo humano é preparado para isso. Tanto que há milhares de anos, os humanos sobreviviam do que caçavam e colhiam e o normal era ficarem dias sem comer.
Contudo, um estudo recente envolvendo mais de 20 mil americanos e apresentado pela American Heart Association mostrou que o jejum intermitente pode representar riscos para o coração.
Os participantes foram acompanhados por uma média de oito anos. Durante esse período, os participantes que limitaram a alimentação a cada oito horas por dia tiveram uma probabilidade 91% maior de morrer de doenças cardiovasculares.
É importante mencionar que o estudo é limitado. Havia apenas 414 pessoas no grupo de alimentação de oito horas. Elas tendiam a ser mais jovens e menos instruídas; com rendimentos mais baixos e menos acesso a alimentos; e eram mais propensas a fumar do que os outros participantes.
Os pesquisadores levaram em conta esses fatores em suas análises. Por isso, o estudo não prova que este estilo de alimentação causou mortes por doenças cardiovasculares, mas apenas que pode haver uma ligação entre ficar oito horas sem comer e maior probabilidade de doenças cardiovasculares.
Assim, mais pesquisas são necessárias para avaliar os efeitos do jejum intermitente sobre a saúde a longo prazo.
O que os autores do estudo querem deixar como mensagem é que o jejum intermitente pode não ser adequado para todos. Por isso, as pessoas devem sempre conversar com seu médico antes de mudar sua dieta ou estilo de vida.
Fonte: The New York Times