Estreia nesta sexta-feira (21) nos EUA um filme cuja história há muito gera curiosidade. Baseado no romance “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer”, o longa conta a história de Julius Robert Oppenheimer (interpretado por Cillian Murphy), um físico teórico e diretor do laboratório responsável pelo desenvolvimento da bomba atômica.
Para aqueles não familiarizados com a história da bomba atômica, aqui está um resumo sobre o homem no qual o filme se baseia.
Oppenheimer nasceu em Nova York, em 1904, filho do imigrante alemão e rico importador têxtil Julius Oppenheimer e da pintora Ella Friedman Oppenheimer.
Oppenheimer foi aluno da Universidade de Harvard onde estudou física, química, latim, grego e filosofia oriental, antes de viajar para a Universidade de Cambridge, onde estudou por dois períodos. Ele então se transferiu para a Universidade de Göttingen, onde obteve um doutorado em física.
Ele então voltou para os Estados Unidos para ensinar física na Universidade da Califórnia em Berkeley e no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Lá ele conduziu pesquisas sobre buracos negros e estrelas de nêutrons. Ele trabalhou ao lado do físico experimental e vencedor do Prêmio Nobel Ernest Lawrence, interpretado por Josh Hartnett no filme.
Ele se casou com Katherine “Kitty” Puening (interpretada por Emily Blunt no filme) em 1940 e teve dois filhos, Peter e Toni.
O início da bomba atômica
O Laboratório Científico de Los Alamos, no Novo México, um local-chave no filme “Oppenheimer”, foi o laboratório responsável pelo projeto ultrassecreto e pela produção de bombas atômicas. Parte do Projeto Manhattan, Los Alamos (ou Projeto Y, como era conhecido na época) recebeu luz verde em 1942, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA. Foi então que o General Leslie Groves, diretor do Projeto Manhattan (interpretado por Matt Damon), escolheu Oppenheimer para liderar o projeto.
Eles selecionaram um local remoto cercado por montanhas para construir uma cidade secreta onde os cientistas e suas famílias pudessem viver. Lá, centenas de cientistas e engenheiros desenvolveram o Gadget (o primeiro dispositivo de teste nuclear do mundo), Little Boy (a bomba atômica movida a urânio lançada sobre Hiroshima, Japão) e Fat Man (a bomba atômica movida a plutônio lançada sobre Nagasaki, Japão).
Laços comunistas
Em 1954, durante a era do macartismo, a Comissão de Energia Atômica chamou Oppenheimer para testemunhar sobre seu envolvimento anterior com organizações comunistas, devido a temores de que ele fosse um espião soviético.
Não está claro se Oppenheimer já fez parte do Partido Comunista, mas ele simpatizava com os objetivos comunistas, de acordo com o museu nuclear da Atomic Heritage Foundation. Ele conheceu a política de esquerda por meio do seu turbulento caso de amor com a comunista e estudante de medicina Jean Tatlock (interpretado por Florence Pugh no filme) e foi alimentado pela raiva contra a opressão que seus parentes judeus estavam sofrendo na Alemanha nazista. O irmão de Oppenheimer, Frank Oppenheimer, ingressou no Partido Comunista em 1937.
Os laços comunistas de Oppenheimer foram levados em conta quando ele foi selecionado para participar do Projeto Manhattan, mas a participação dele foi aprovada assim mesmo pelo general Groves.
Oppenheimer testemunhou por 27 horas em 1954 para a Comissão de Energia Atômica (AEC) e no final, seu certificado de segurança foi revogado.
Depois que a União Soviética testou armamento nuclear com sucesso em 1949 e os EUA voltaram a atenção para o avanço de suas armas nucleares, Oppenheimer resistiu ao desenvolvimento de armas de fusão (como a bomba de hidrogênio) em vez de armas de fissão (como a bomba atômica) por preocupações de que as armas seriam usadas apenas em populações humanas.
Em 1967, Oppenheimer morreu em Princeton, Nova Jersey, de câncer na garganta.
Agora que você já sabe um pouco sobre a história desse importante personagem da história Americana, corre para o cinema e assista a “Oppenheimer”.
Fonte: USA Today