Israel e Hamas concordaram com um cessar-fogo de 42 dias e a libertação de reféns em Gaza, o presidente Biden e outros líderes anunciaram na quarta-feira (15), aumentando as esperanças de que uma guerra de 15 meses que matou dezenas de milhares de palestinos e destruiu grande parte do enclave possa em breve chegar ao fim.
O cessar-fogo está previsto para entrar em vigor no domingo, 19 de janeiro, informou o primeiro-ministro Mohammed bin Abdulrahman Al Thani do Catar, o país mediador. Ele acrescentou, porém, que ambos os lados ainda estavam trabalhando para concluir algumas questões de logísticas.
Al Thani disse ainda que a primeira fase do acordo de cessar-fogo inclui a ida das forças israelenses para o leste, longe de áreas povoadas. Cerca de 33 reféns serão libertados ao longo de 42 dias.
Acredita-se que cerca de 100 reféns ainda estejam em Gaza, embora as autoridades israelenses acreditem que cerca de 35 deles estejam mortos.
Biden disse que, além das libertações dos reféns, os palestinos poderiam retornar para suas casas e receber uma onda de suprimentos humanitários. “Muitas pessoas inocentes morreram; muitas comunidades foram destruídas”, ele disse em um discurso na Casa Branca. “Neste acordo, o povo de Gaza pode finalmente se recuperar e reconstruir.”
O Hamas confirmou o acordo de cessar-fogo em uma declaração no Telegram, chamando-o de uma “conquista para o nosso povo” e saudando a “resiliência lendária” dos moradores de Gaza diante da guerra.
O presidente eleito Donald Trump também anunciou que um acordo havia sido fechado, escrevendo nas redes sociais que “ELES (os reféns) SERÃO LIBERTADOS EM BREVE”. Trump prometeu consequências severas se Israel e Hamas não chegassem a um acordo antes de sua posse em 20 de janeiro. Algumas autoridades acreditam que a pressão do novo presidente pode ter ajudado a avançar as negociações.
Por que Trump queria um acordo de cessar-fogo no Oriente Médio antes de assumir o cargo?
Dessa forma, Trump remove um dos conflitos internacionais mais sérios que pairavam sobre o início do seu segundo mandato. Além disso, a vitória confirma a posição de “negociador” de Trump, que com certeza irá reivindicar o crédito como uma vitória inicial — mesmo que tenha acontecido antes de assumir o cargo.
O acordo não é muito diferente do que o presidente Biden havia buscado em maio. Mas várias pessoas com conhecimento do processo disseram que a vitória de Trump em novembro, juntamente com o envolvimento de membros da sua nova administração, foram peças-chave para fazer o cessar-fogo avançar.
Fonte: The New York Times