A inflação nos Estados Unidos continua assustando e incomodando os consumidores norte-americanos. No mês de junho, o aumento de 9.1% ao ano no principal indicador que mede a inflação no País, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), foi o maior das últimas quatro décadas. No mês, os preços subiram 1.3% de maio para junho, outro crescimento substancial, após a alta de 1% de abril para maio.
Segundo comunicado divulgado pelo Bureau of Labor Statistics, os principais vilões do aumento dos preços são produtos e serviços de primeira necessidade: combustíveis, moradia e alimentação.
O custo da energia subiu 41.6% nos últimos 12 meses. Só o preço da gasolina no varejo saltou 59.9%.
No setor de alimentos, o preço da comida cresceu 12.2% comparado há um ano, um reflexo sobretudo do acentuado custo das carnes, aves, peixes e ovos, que juntos subiram 11.7% no mesmo período.
No setor de moradia, os aluguéis tiveram a maior alta desde 1986, e estão 5.8% mais caros do que há um ano, ultrapassando valores pré-pandemia. Já no mercado de compra e venda, os preços das casas em todo o país dispararam desde abril de 2020 em mais de 24%.
Mas mesmo tirando os preços voláteis dos alimentos e energia, a taxa básica de inflação subiu 5,9% nos últimos 12 meses. Vários outros setores da economia vêm contribuindo para isso. O custo para adquirir um carro novo, por exemplo, está 11.4% mais alto do que há um ano. Viajar também está doendo no bolso nos consumidores; as tarifas aéreas subiram 34%.
Os preços estão aumentando devido a vários fatores, incluindo bilhões de dólares em estímulo do governo durante a pandemia, alta demanda por parte dos consumidores, gargalos relacionados ao COVID-19 na cadeia de suprimentos e, mais recentemente, o impacto da guerra na Ucrânia sobre o fornecimento de energia.
Alguns analistas estão esperançosos de que a inflação possa estar chegando ao pico. O preço da gasolina nas bombas, por exemplo, deu uma diminuída nas últimas semanas, e essa redução ainda não apareceu nos indicadores da inflação. Mas muitos deles acreditam também que levar a inflação de volta a meta do Banco Central Americano (FED), 2% anuais, levará de 18 a 24 meses.
E durante esse tempo, o que nós, consumidores não acostumados com inflação alta nos Estados Unidos, podemos fazer minimizar o impacto dos constantes aumentos nos preços?